Ativista do direitos civis, Hebe de Bonafini faleceu aos 93 anos neste domingo, 20, segundo informou a vice-presidente argentina Cristina Kirchner. Hebe se tornou conhecida por presidir a associação Mães da Praça de Maio, criada durante a ditadura argentina para descobrir o paradeiro de pessoas presas pelo regime militar. Durante o período, Hebe teve dois filhos e uma nora levados pelo regime. Em 1977, ela e outras mães começaram a se reunir na Praça de Maio, onde se encontra a sede do governo, para exigir informações sobre o paradeiro de seus filhos, sempre utilizando um lenço branco na cabeça. “Queridíssima Hebe, Mãe da Praça de Maio, símbolo mundial da luta pelos Direitos Humanos, orgulho da Argentina. Deus te chamou no dia da Soberania Nacional… não deve ser coincidência. Simplesmente obrigado e até sempre”, escreveu Cristina Kirchner nas redes sociais. Filha de Hebe, Alejandra Bonafini, confirmou a informação e acrescentou que a mãe faleceu às 9h20 em um hospital na cidade de La Plata, no qual se encontrava internada. Ela ainda informou que na segunda-feira serão divulgados locais para homenagens “São momentos muito difíceis e de profunda tristeza e compreendemos o amor do povo por Hebe, mas neste momento temos a necessidade de chorar”, disse em comunicado. O presidente argentino Alberto Fernández declarou luto nacional de três dias. “O governo e o povo argentino reconhecem nela um símbolo internacional da busca pela memória, verdade e justiça pelos trinta mil desaparecidos.”Como fundadora das Mães da Praça de Maio, ela jogou luz na noite escura da ditadura militar e abriu caminho para a recuperação da democracia há quarenta anos”, declarou em nota.