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Quase preso em campo em 2016, Valencia brilha pelo Equador na abertura da Copa


Enner Valencia (número 13) comemora seu primeiro gol contra o Qatar, na abertura da Copa do Mundo de 2022 – Karim Jaafab/AFP

FOLHA DE S.PAULOAL KHOR – A abertura da Copa do Mundo tem se tornado partida de apenas uma equipe. Neste domingo (20), o Equador venceu com facilidade o Qatar por 2 a 0, no estádio Al Bayt, em Al Khor. O jogo marcou o início do primeiro mundial disputado no Oriente Médio.

Há quatro anos, o torneio na Rússia começou com goleada por 5 a 0 dos anfitriões sobre a Arábia Saudita. A tradição da competição era que o confronto inaugural envolvesse o campeão anterior. Isso mudou a partir de 2006, quando a Alemanha fez 4 a 2 na Costa Rica. O vencedor do Mundial anterior havia sido o Brasil.

Melhor para Enner Valencia, 33, que colocou seu nome na história. Chegou aos cinco gols em Copas e se tornou o maior artilheiro equatoriano na competição. Ele é remanescente do time eliminado na fase de grupos em 2014 —a equipe não se classificou para 2018.

Comemorar gols no Mundial de 2022 é uma mudança e tanto para o atacante que, há seis anos, durante as Eliminatórias, protagonizou uma das cenas mais inusitadas já vistas no futebol de seleções. Em partida contra o Chile, simulou uma contusão para ser retirado de maca e não acabar preso pelo não pagamento de pensão alimentícia. Foi levado para o vestiário perseguido por oficiais.

Valencia depois se queixaria do comportamento da ex-mulher e afirmaria que o processo era retaliação por ter pedido a guarda da filha. Parecia então que sua carreira com a camisa do Equador estava encerrada. Mas na abertura da Copa do Qatar ele foi o astro em campo.

Poderia ter feito mais gols, caso o VAR, operado por oito pessoas (entre encarregados pelo sistema, assistentes e reservas) não tivesse sinalizado impedimento aos dois minutos, quando o artilheiro completou de cabeça após falha do goleiro Al-Sheeb. O árbitro italiano Daniele Orsato confirmou a polêmica marcação da equipe de vídeo.

A controvérsia não atrapalhou o Equador por causa da fragilidade do Qatar. O time da casa criou apenas uma oportunidade, no final do primeiro tempo, cabeceio para fora por Almoez Ali. O jogo era tão tranquilo para os sul-americanos que sua torcida começou a puxar uma ola ainda antes do intervalo.

Até parte dos apoiadores do Qatar desistiu da equipe na etapa final. Os lugares vazios aumentaram após o intervalo, especialmente nas cadeiras centrais baixas, as mais caras. O setor que mais cantava pelos árabes, atrás de um dos gols, perdeu quase a metade do número de torcedores entre um tempo e outro.

Se o Qatar, como divulgado, tinha um plano para montar uma seleção forte para disputar a Copa de 2022, este falhou. Seu principal jogador, o atacante Akram Afif, pouco apareceu durante os 90 minutos. À beira do campo, o técnico espanhol Félix Sánchez não sabia o que fazer. O Equador chegou a dar a bola para o rival, à espera da chance de contra-atacar, mas esta não veio porque os qatarianos não conseguiam trocar passes ou concatenar jogadas ofensivas.

Era tamanha facilidade que os equatorianos se acomodaram. Se forçassem o jogo, poderiam ter feito mais gols.

O resultado significou uma marca inédita. Jamais um país anfitrião havia perdido na estreia na Copa do Mundo. É a primeira participação do time no torneio, classificado apenas pela vaga automática dada ao país-sede.

Mas pelo menos serviu para a redenção de Valencia em jogos de Mundial depois de quase ter sido preso em 2016. Substituído a 15 minutos do fim, ele saiu mancando e aplaudido também por alguns torcedores adversários.

Alex Sabino , Gabriela Biló , Luciano Trindade e Victoria Damasceno
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