Com 80% das urnas apuradas e 59% de participação eleitoral, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição do presidente Nicolás Maduro na disputa eleitoral na Venezuela neste domingo (28). O atual mandatário recebeu mais de 5 milhões de votos, cerca de 51%, para a sua reeleição, contra 49%, cerca de 4 milhões, do candidato opositor, Edmundo González Urrutia, de acordo com informações do CNE. Maduro, de 61 anos, ocupa o cargo desde 2013, ungido pelo líder socialista Hugo Chávez pouco antes de sua morte. Ele enfrentou Edmundo González Urrutia, de 74 anos, representante da carismática e popular líder opositora María Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política. A votação foi encerrada às 18h00 (19h00 em Brasília) e a apuração começou por volta das 20h.
Estavam registrados para votar cerca de 21 milhões de eleitores, em uma população de 30 milhões, mas os especialistas estimam que somente cerca de 17 milhões poderão exercer esse direito, pois estão na Venezuela e não migraram. O voto não é obrigatório. “Estamos vendo uma participação apoteótica e eu me sinto muito orgulhosa. Estamos concretizando um sonho e uma luta de liberdade”, disse Machado à imprensa após votar em Caracas.
Maduro colocou esta eleição como uma encruzilhada entre “paz ou guerra” e advertiu que uma vitória da oposição pode levar a um “banho de sangue”, o que lhe valeu críticas dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, entre outros. González reiterou seu chamado às Forças Armadas para “respeitar a decisão do nosso povo”. Os militares são o principal suporte de Maduro, que assegura que lhe são leais. “Vimos uma jornada perfeitamente em paz”, indicou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino. “Vamos observar permanentemente toda a situação”.
Nesta eleição esteve presente uma pequena delegação do Centro Carter, que indicou não ter capacidade de realizar uma “avaliação integral do processo de votação, contagem e tabulação” como tinha previsto fazer a União Europeia, excluída como observadora no final de maio. Um painel de quatro especialistas da ONU também acompanha a votação, embora seu relatório seja confidencial e só será compartilhado com o secretário-geral António Guterres.
Os Estados Unidos, que impulsionaram a eleição com um alívio das sanções que impuseram em 2019 após não reconhecerem a reeleição de Maduro no ano anterior, fizeram um chamado para respeitar o “processo democrático”. “Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje.
A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, afirmou a vice-presidente americana, Kamala Harris, na rede social X. Continuaremos trabalhando para alcançar um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”, acrescentou Harris, candidata presidencial democrata.
(em atualização)
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações da AFP