Comitê do Banco Central deve decidir o futuro do índice nesta quarta-feira (31); mercado prevê manutenção
O Banco Central, por meio do Copom (Comitê de Política Monetária), deve anunciar o futuro da Selic nesta quarta-feira (31), depois de dois dias de reunião. As expectativas do mercado financeiro apontam para a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano. O índice não é só importante pata movimentações financeiras, mas impacta também no custo de financiamentos e na cobrança do cheque especial. Confira abaixo os impactos positivos e negativos no dia a dia dos brasileiros.
A taxa é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.
Quando existe um aumento da taxa Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
A Selic também afeta as demais taxas praticadas pelo mercado, desde as taxas de empréstimos pessoais, de financiamentos imobiliários, do cartão de crédito, do cheque especial, até os empréstimos para as empresas.
Ela também é a taxa de juros que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
Dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas na sexta-feira (26) pelo BC mostrou que o índice dos juros do rotativo do cartão teve alta de 7,1 pontos percentuais, passando de 422,4% ao ano, em maio, para 429,5% ao ano em junho. Nos últimos 12 meses, os dados mostram uma redução de 6,3 pontos percentuais.
Um possível corte nesta quarta pode significar um crédito imobiliário mais barato. Isso porque muitos financiamentos são influenciados pela Selic. Ou seja, quando ela cai, os juros dos financiamentos tendem a acompanhar essa tendência, podendo resultar em prestações mais baratas para novos contratos de financiamento.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Banco Central elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de "aperto monetário" em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Desde agosto de 2023, começou a sequência de cortes de 0,50 ponto percentual em cada reunião, até maio, quando a redução foi de 0,25 ponto porcentual, em placar dividido, quando quatro diretores indicados pelo governo Lula votaram por corte maior, de 0,50.
A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. A prévia da inflação de julho ficou em 0,3%, acima da expectativa do mercado. O IPCA-15 acumulado nos últimos 12 meses teve alta de 4,45%. O resultado encosta no limite do teto da meta seguida pelo Banco Central, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (4,5%).
Fonte: R7