Os alertas de desmatamento registrados pelo governo federal na Amazônia caíram 45,7% no período de agosto de 2023 a julho deste ano. A área desmatada, de cerca de 4 milhões e 314 mil quilômetros quadrados, é a menor da série histórica iniciada em 2016, e ocorre após um período em que já havia sido detectada queda de 7,4%, de agosto de 2022 a julho de 2023.
Já os dados do Cerrado revelam aumento de 9% de desmatamento no bioma, o que também é um recorde desde o início dos alertas sob essa metodologia, em 2017. Foram mais de 7 mil quilômetros quadrados desmatados, entre agosto do ano passado e julho deste ano, ante os 6 mil 341 quilômetros quadrados apontados nos 12 meses anteriores.
Ao comentar os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que a diminuição do desmatamento é uma prioridade do governo, que criou planos para todos os biomas brasileiros.
"Já temos o da Amazônia, já temos um processo de implementação do plano do Cerrado, estamos trabalhando para os demais biomas. Tem um desafio muito grande que é de, a partir de agora, como já estamos fazendo, fazer uma combinação entre manutenção de ação de comando e controle com apoio a atividades produtivas sustentáveis, seja unidades de conservação, seja dentro das terras indígenas ou até mesmo de propriedades privadas. O objetivo é que possamos chegar ao desmatamento zero."
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, os dados de desmatamento no Cerrado vêm registrando altas seguidas nos alertas também do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, desde o período 2019/2020.
Segundo o Observatório do Clima, os registros maiores nesse bioma sugerem que a destruição ambiental em favor da produção agropecuária, como carne e soja, pode estar se deslocando da floresta para a savana.