A startup SBR Prime, de Mato Grosso do Sul, está chamando a atenção do setor alimentício com uma tecnologia inovadora de rastreamento de suínos baseada em blockchain. A empresa, que conta com o suporte do Sebrae/MS, desenvolveu um sistema que registra todas as fases da vida dos porcos — desde o nascimento até a venda — em uma cadeia de blocos digitais, garantindo segurança e transparência.
Recentemente, a SBR Prime apresentou seu projeto à Seara Alimentos, uma das maiores empresas brasileiras no ramo alimentício. Em uma reunião realizada no dia 6 de agosto, durante o evento Salão Internacional de Proteína Animal (Siavs), em São Paulo, o empresário Eduardo Figueiredo, fundador da SBR Prime, demonstrou como a tecnologia pode integrar digitalmente as granjas e atender às necessidades da Seara. A iniciativa foi bem recebida e está em fase de avaliação para um possível projeto piloto.
"Apresentamos a tecnologia para a diretoria da Seara, e foi aceito para que a gente dê continuidade. Agora, vamos iniciar um projeto piloto para adaptar e personalizar a solução conforme as necessidades globais da Seara no setor de suínos", disse o empresário. A agenda também incluiu representantes do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores (Asumas).
O projeto, viabilizado com o apoio de edital da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), busca fortalecer a cadeia produtiva de proteína animal e aumentar a competitividade no mercado. "A ideia é fazer exatamente a ligação da inovação com aquele que efetivamente está trazendo o investimento. Ou seja, tornar as cadeias produtivas do Estado, que a gente considera potenciais de proteína, mais competitivas", destaca o titular da Semadesc, Jaime Verruck, que também é conselheiro do Sebrae/MS.
Além do setor de suínos, o sistema desenvolvido pela SBR Prime também pode ser aplicado a outros produtos agrícolas como soja, milho e café, proporcionando rastreabilidade completa desde o campo até o consumidor final. "Nosso objetivo é fazer a rastreabilidade da origem, da procedência dos produtos, tanto da parte agrícola, quanto das cadeias produtivas da proteína animal. Hoje a gente consegue, por meio do brinco do boi, por exemplo, identificar o lote, a dieta, a formulação da ração e o processo desde a criação até o abate", explica Eduardo.
Apoio à inovação
Eduardo Figueiredo, que retornou ao Mato Grosso do Sul após uma carreira em tecnologia em São Paulo, encontrou no Sebrae/MS um parceiro estratégico. Desde 2007, sua visão de rastreabilidade por blockchain ganhou forma e, com o suporte do laboratório de inovação aberta e prototipagem do Sebrae, o Living Lab, a SBR Prime está preparada para uma expansão nacional e global.
Caio Teruel, analista-técnico do Sebrae/MS, destaca que o Living Lab oferece suporte para o crescimento de projetos inovadores, como o da SBR Prime. "Um exemplo disso é a própria SBR, que é uma empresa de rastreabilidade do ramo agro, que tem no seu processo central o desenvolvimento de um software que vai suprir as necessidades dos clientes", esclarece o analista.
Com essa tecnologia, a empresa não só promete beneficiar produtores, mas também garantir aos consumidores finais maior segurança e confiança nos produtos que chegam às suas mesas.
Mais informações aos empreendedores por meio da Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800.