Evento inédito do G20 Social promove tribuna popular aberta com principais movimentos sociais do País e lança ferramenta de participação digital bilíngue para receber propostas de todo mundo
Com cerca de 2300 inscritos, o Encontro preparatório da Cúpula Social reúne no próximo dia 20, no Rio, os principais movimentos populares do País, consagrados na construção da vivência democrática brasileira, para debater e sistematizar propostas para a Cúpula Social do G20.
Com uma programação diversificada, construída sob os três eixos prioritários do G20 – Combate à fome, pobreza e desigualdades; Reforma da Governança Global e Sustentabilidade, Mudanças Climáticas e Transição Justa – o encontro traz representantes dos movimentos sociais junto a especialistas, autoridades e ministros do governo.
“Será como se levássemos a voz da sociedade civil de todos os membros para dentro das salas onde se tomam as decisões mais importantes do G20", disse Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Estão previstas as presenças de quatro ministros: ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e coordenador do G20 Social, Márcio Macêdo; ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias e ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
A parte da manhã será dedicada às falas institucionais e ao lançamento da ferramenta de participação digital do G20 Social. Na parte da tarde, serão realizadas mesas temáticas com trabalhos em grupo sobre os três eixos temáticos, quando serão discutidas ideias-força que depois serão levadas a uma plenária final, envolvendo todos os grupos de trabalho.
As contribuições debatidas no encontro serão sistematizadas em relatórios, que serão posteriormente consolidados em um documento final que servirá de base para as discussões para a Cúpula Social do G20, marcada para os dias 14 a 16 de novembro.
Realizado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, com apoio da Prefeitura do Rio e Governo de Estado do Rio de Janeiro, o Encontro Preparatório marca um novo tempo na história do G20 Social. É a primeira vez que ocorre uma tribuna popular aberta no processo do G20, envolvendo não só organizações da sociedade civil, que tradicionalmente participa dos debates do fórum, mas também os movimentos sociais de base, trazendo para o G20 a visão dos territórios, das lideranças comunitárias, associações populares, ligas campesinas, juventudes de território e outros movimentos sociais com atuação de base.
O objetivo maior é que, a partir desse encontro e de outros processos participativos do G20 Social, as propostas e encaminhamentos da sociedade servirão de base para os debates das plenárias da Cúpula Social do G20, que vai gerar o documento final com propostas da sociedade a ser encaminhado pela presidência brasileira à Cúpula dos Chefes de Estado.
Para o ministro Márcio Macêdo, coordenador do G20 Social, "será como se levássemos a voz da sociedade civil de todos os membros para dentro das salas onde se tomam as decisões mais importantes do G20" afirmou Márcio Macêdo.
Uma ousadia perante a estrutura oficial do G20, que dá à tônica das intenções brasileiras na presidência do fórum neste ano: inovação e valorização da participação civil na busca por soluções a desafios globais.
Trilha de inovação
Além de participarem, os movimentos sociais também organizam o Encontro Preparatório da Cúpula Social do G20 junto ao governo federal. Desde que foi criado, o comitê organizador da Cúpula Social do G20 reúne, ao lado de representantes do governo, movimentos sociais para discutir, de forma participativa, ações e processos do G20 Social, que tem ocorrido de forma autônoma e a partir de espaços autogestionados.
Ao todo, são seis as entidades que têm assento no comitê organizador da Cúpula do G20 Social: Apib – Articulação Articulação dos povos indígenas do Brasil; Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns; Central Única dos Trabalhadores (CUT); Coalizão Negra por Direitos/Uneafro; Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Agora, com a realização do Encontro Preparatório, busca-se ampliar a base de participação, para que novas vozes sejam ouvidas, por meio dos debates e da ferramenta digital, que vai receber propostas da sociedade civil de todas as partes do mundo.
A expectativa agora se volta para a participação social efetiva no encontro dos líderes mundiais, onde suas vozes serão fundamentais para moldar as discussões sobre os desafios sociais e econômicos por uma nova agenda geopolítica e governança global envolvendo as maiores economias do mundo.
Participação digital
A plataforma de participação social do governo, Brasil Participativo, foi especialmente adaptada para abrigar o G20 Social, que ganha agora uma ferramenta interativa, o G20 Social Participativo. Assim amplia suas fronteiras, com ambientes digitais bilíngues para receber propostas de todo o mundo.
A ferramenta será lançada durante o encontro para garantir que mais vozes sejam ouvidas, não só no Brasil. Até o momento, o G20 Social já conseguiu mobilizar mais de duas mil organizações de 60 países em dez meses de ações com reuniões de trabalho e com os grupos de engajamento. Como G20 Social Participativo, esta mobilização deve ser ainda mais potencializada por meio de recursos interativos, como enquetes, e por permitir ao usuário o envio de propostas sobre os três eixos temáticos do G20.
A ferramenta também servirá como banco de dados dos documentos e materiais preparados pela sociedade civil, além de abrigar o processo de consulta pública. Também hospeda as inscrições para as atividades autogestionadas para a Cúpula Social do G20, que serão abertas no dia 20 de agosto, com encerramento previsto para o dia 09 de setembro.