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Onças se abrigam em manilhas para tentar fugir de fogo no Pantanal

Imagem foi flagrada pela ONG Onçafari, que atua com resgate de animais no bioma

Por Midia NAS em 21/08/2024 às 11:38:54
Onças Divino e Timburé flagradas em manilhas, em tentativa de fugir do fogo no Pantanal — Foto: Divulgação / Onçafari

Onças Divino e Timburé flagradas em manilhas, em tentativa de fugir do fogo no Pantanal — Foto: Divulgação / Onçafari

Em meio à alta de queimadas no Pantanal, uma cena chamou a atenção: duas onças procuraram abrigo no interior de manilhas. Os machos Divino e Timburé são monitorados pela ONG Onçafari — que fez as imagens — e se juntaram a uma jaguatirica na estrutura de concreto. O primeiro semestre do ano marcou o pior resultado de incêndios no bioma na série histórica, superando até mesmo o "ano do fogo", em 2020.

A cena das onças foi publicada pela ONG em suas redes sociais, nesta segunda (19). Na publicação, explicaram que os animais têm dificuldade de achar locais para se abrigarem já que o fogo tem consumido a vegetação.

Segundo a Onçafari, eles têm encontrado muitas onças-pintadas procurando as manilhas como abrigo, por serem locais masi frescos.

"Os machos Divino e Timburé, monitorados pelo Onçafari, foram encontrados dividindo uma dessas manilhas. Depois, um deles se deslocou para uma manilha ao lado, onde já estava uma jaguatirica. Na luta pela sobrevivência, rosnaram um para o outro, mas logo se acalmaram, como se estabelecessem um "acordo de paz" entre presa e predador", diz a publicação.

Alta de queimadas

De janeiro a julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve 4.696 focos de incêndio, número 11% superior aos 4.218 até julho de 2020, na gestão Jair Bolsonaro. Era o valor mais elevado para o período. Em agosto, o fogo continua atingindo regiões importantes, mas a chegada de chuvas amenizou o problema nas últimas duas semanas, em especial na região sul do bioma.

Como mostrou o GLOBO, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Pantanal, pela primeira vez desde o crescimento do fogo, na semana passada. A iniciativa ocorreu em um momento em que as ações do governo têm sido insuficientes para conter os incêndios no bioma.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 890 profissionais do governo federal atuam na crise, entre integrantes das Forças Armadas (491), do Ibama e do ICMBio (351), da Força Nacional de Segurança Pública (38) e da Polícia Federal (10). São usadas 15 aeronaves e 33 embarcações. O efetivo é três vezes maior do que o empregado até o dia 28 de junho. Além disso, o governo federal liberou R$ 137 milhões de créditos extraordinários para o combate ao incêndio.

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