A inflação no mês de outubro impactou mais as famílias de renda mais elevada do que aquelas consideradas mais pobres. É o que mostrou um indicador da inflação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A inflação oficial do país, o IPCA do IBGE, subiu em outubro depois de três meses em queda graças ao comportamento dos combustíveis. Segundo o indicador do Ipea para faixas de renda, a inflação para aqueles que ganham acima de 9 mil reais por mês foi de 1,14% , enquanto as famílias de renda mais baixa tiveram uma inflação de 0,51%. Alimentos, bebidas, saúde e cuidados pessoais foram os grupos que mais pressionaram em outubro a inflação por faixa de renda. Os artigos de higiene foram os que impactaram os mais pobres e os planos de saúde e seguros de carro foram os itens que impactaram os mais ricos. No acumulado do ano até o mês de outubro, as altas na inflação variam de 4,43% para as classes de renda média ou baixa e 5,99% para a classe alta.
Em entrevista à Jovem Pan News, a pesquisadora do Ipea, Maria Andréia Lameiras, analisou a inflação por faixa de renda: “Com exceção das famílias de renda alta, que apresentaram uma taxa de 0,08%, todos os demais segmentos de renda apresentaram deflação em setembro. Em termos absolutos, a maior queda foi vista no segmento de renda média, com uma deflação de 0,35%. Para as famílias de renda mais baixa, pesou os reajustes de alugueis, energia elétrica e gás de cozinha. Em relação às famílias de renda mais alta, a queda da inflação acabou sendo atenuada pelas altas das passagens aéreas, do transporte por aplicativo, dos planos de saúde e serviços de recreação. Em termos absolutos, a maior taxa de inflação dos últimos dois meses está no segmento de renda alta, com uma taxa de 8%. E a menor variação está no segmento de renda baixa, que registra variação de 6,9%”. Nesta segunda-feira, 21, o Banco Central divulgou detalhes sobre o Boletim Focus, que faz uma média de projeções do mercado financeiro e analistas projetam uma inflação média em 2022 na casa dos 5,88%.