Desconfiar de preços muito baixos, checar lista de produtos recolhidos pelo governo e ler os rótulos estão entre as principais dicas
A apreensão de azeite clandestino nos primeiros sete meses deste ano já supera 1 milhão de litros, quase o total registrado no ano passado inteiro (1,3 milhão). Segundo a Receita Federal, de 2022 a 2023, quando começou a subir o preço do azeite no mercado internacional com o impacto do clima, as apreensões já haviam dobrado. Desde 2020, triplicou a quantidade de produto irregular no país.
O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) também tem flagrado produto fraudado. Em março, o ministério determinou o recolhimento de dez marcas de azeites, após operação identificar esquema ilícito de importação, adulteração e distribuição de azeite de oliva fraudados.
Os principais motivos da alta de apreensões são a escassez do produto e o aumento de preço decorrente dessa falta no mercado internacional.
O preço do azeite de oliva aumentou 50% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. Uma garrafa de 500ml custa acima de R$ 50. O que provocou essa escalada do valor foi o forte calor na Europa nos últimos anos, que afeta o crescimento das azeitonas.
Segundo o ministério, as fraudes de azeites realizadas por empresas no Brasil, na sua maioria clandestinas, utilizam óleos não comestíveis e impróprios para o consumo humano, como, por exemplo, o azeite lampante, que oferece um grande risco para a saúde do consumidor.
O lampante, azeite de baixa qualidade, caracterizado por sua alta acidez, sabores estranhos e impurezas, foi historicamente usado como combustível para lamparinas.
Por isso, o consumidor deve ficar atento na hora de comprar o produto. O ministério esclarece que o primeiro ponto fundamental é checar se o azeite não está na lista de produtos suspensos.
"Ao contrário do que muitos consumidores costumam buscar, a acidez não diz nada a respeito da qualidade do azeite e ela não é perceptível ao paladar. O azeite de oliva, para ser considerado extra virgem, precisa ter acidez abaixo de 0,8%, mas não há nenhuma correlação que garanta que 'quanto mais baixa a acidez, melhor o azeite'", explica o ministério em nota.
"Na verdade, os produtos com acidez mais baixa são os refinados, porque no refino esses ácidos graxos livres, que são nobres, acabam neutralizados e removidos do produto. Portanto, uma acidez excessivamente baixa poderia inclusive ser entendida como indicativo de que não se trata de um azeite virgem, mas sim de um refinado", acrescenta o texto.
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária via R7