BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Chove em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A cidade é atingida por queimadas desde a sexta-feira (23), assustando moradores.
Segundo a prefeitura, nenhum novo foco de incêndio foi identificado durante a madrugada. "Todas as viaturas da Guarda Civil Metropolitana estão, agora, realizando o monitoramento das áreas afetadas pelos incêndios. Além disso, realiza patrulhamento preventivo nas áreas de mata que não foram atingidas pelo fogo", diz a gestão Duarte Nogueira (PSDB).
Na manhã deste domingo (25), o aeroporto de Ribeirão, Doutor Leite Lopes, chegou a suspender voos pela baixa visibilidade aérea causada pela fumaça que domina a região. Nenhum avião decolou ou aterrissou das 6h às 10h, quando a situação foi normalizada.
Ribeirão Preto tinha 14 focos de incêndio ativos na noite deste sábado (24), inclusive na área urbana, segundo a prefeitura, o que tem gerado medo nas pessoas devido ao agravamento dos problemas e a evacuação de moradores.
Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estão nas ruas para tentar controlar os focos de incêndio que atingem principalmente terrenos urbanos e áreas de mata. As equipes, no início da noite, estão na avenida dos Bandeirantes, próximo ao campus da USP (Universidade de São Paulo), onde uma área perto do Banco de Alimentos era uma ameaça. Outros focos estão em bairros como Jardim Nova Aliança e Ribeirão Verde.
Ainda neste sábado (24), aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) foram enviados pelo governo federal para auxiliar no combate aos incêndios na região.
Moradora do distrito de Bonfim Paulista, Margarete Guimarães afirmou que tudo escureceu muito rapidamente antes do previsto e que correu para colocar panos úmidos em portas e janelas para tentar impedir a entrada de poeira e fuligem. "É uma situação absurda essa, a gente nunca pensa que pode piorar. Mas piora."
O caos em Ribeirão afeta também serviços básicos. Os reservatórios de água já apresentam níveis muito baixos, segundo a Saerp (Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto). O órgão informa que suas equipes estão percorrendo as 120 áreas operacionais a fim de verificar a situação de funcionamento de cada uma delas.
A Saerp destaca que todas as equipes estão se empenhando a fim de manter o abastecimento para a população. Por isso, há fornecimento de caminhões-pipa com prioridade para hospitais, escolas e creches.
A rede de saúde também preocupa. Moradores relatam dificuldades para encontrar atendimento e muita espera até ver um médico. A procura por atendimento por infecções respiratórias só cresce.