A Justiça Eleitoral determinou que o prefeito de Coxim, Edilson Magro (PP), remova do Facebook e Instagram um vĂdeo gravado com uma servidora pĂșblica supostamente durante o expediente. O relógio utilizado pela trabalhadora teria "delatado" que a produção iniciou antes da 15h58, o que seria o horĂĄrio de serviço.
O descumprimento da remoção do vĂdeo estĂĄ sujeito a multa diĂĄria de R$ 20 mil. A decisão foi proferida pela juĂza da 012ÂȘ Zona Eleitoral de Coxim, Tatiana Dias De Oliveira Said, no Ășltimo domingo (08). Um ofĂcio foi enviado à Meta - empresa responsĂĄvel pelas duas redes sociais - para ciĂȘncia da decisão.
"Constata-se que a conduta de veicular publicidade institucional, por meio de servidora da Prefeitura Municipal, em seu site oficial na internet, cuja verificação Ă© possĂvel ao se acessar os links indicados na petição inicial, em perĂodo vedado pela legislação eleitoral, ou seja, nos trĂȘs meses que antecedem o pleito, demonstra que o perigo na demora da prestação jurisdicional (periculum in mora), somado aos elementos que evidenciam a probabilidade do direito (fumus boni iuris), justificam, nos termos do artigo 5Âș, caput, da Resolução TSE n. 23.735/2024 e nos limites do acima exposto, a antecipação da tutela requerida, não havendo risco de irreversibilidade da decisão", afirmou a juĂza.
A ação foi ajuizada pela Coligação "Mudança de Verdade" (PRD, PDT, DC) contra a Coligação União, Trabalho e Desenvolvimento (PP/PODE/REPUBLICANOS/MDB/Federação BRASIL DA ESPERANÇA - FE BRASIL(PT/PC do B/PV)/ UNIÃO/SOLIDARIEDADE/PSD/Federação PSDB CIDADANIA(PSDB/CIDADANIA), o candidato a prefeito Edilson Magro e o candidato a vice, FlĂĄvio Dias (PP). Os rĂ©us terão cinco dias para apresentar defesa no processo.
O vĂdeo foi compartilhado nas redes sociais do prefeito na Ășltima quarta-feira (4). Segundo a petição, o vĂdeo foi gravado no prĂ©dio pĂșblico do CAF (Centro de AssistĂȘncia FarmacĂȘutica de Coxim) com uma servidora pĂșblica municipal. A trabalhadora mostra dipironas e garante que o estoque de medicamentos estĂĄ abastecido.
"Então Ă© isso pessoal, o CAF tĂĄ abastecido, os postos de saĂșde estão todos abastecidos, se vocĂȘs escutarem rumores, falatórios que não tem medicamento, vocĂȘs sabem onde me encontrar" [ ]; (02:47) - "Pode procurar, procura as pessoas que estão trabalhando pra vocĂȘ" [ ]; (02:57) - "E no jogo polĂtico, quando vocĂȘ solta uma notĂcia falsa, vocĂȘ não tĂĄ afetando a administração, vocĂȘ tĂĄ afetando os trabalhadores que tĂĄ aqui do outro lado tambĂ©m", afirmou a servidora.
Os impetrantes destacam para o detalhe que o relógio utilizado pela servidora marca 15h58, ou seja, o vĂdeo teria sido gravado durante o horĂĄrio de expediente. Eles alegam que houve abuso de poder polĂtico porque os rĂ©us teriam usado a mĂĄquina pĂșblica para para se beneficiar nas eleições de 2024.
"A conclusão que se tem Ă© que, alĂ©m dos rĂ©us utilizarem da estrutura pĂșblica e de uma servidora municipal em proveito de sua campanha polĂtica, fizerem isso durante o horĂĄrio de expediente normal. Portanto, referida produção e divulgação realizada no decurso deste ano eleitoral (2024) possuem um Ășnico objetivo: acarretar desigualdade de chances na disputa eleitoral, utilizando-se da mĂĄquina pĂșblica para tal fim", afirma a petição.
O Midiamax solicitou uma nota ao prefeito de Coxim sobre o assunto e aguarda resposta. O espaço segue aberto para manifestações.