Um dia após anunciar a criação de uma Autoridade Nacional para o Clima, o presidente Lula reforçou a importância de envolver toda a sociedade na discussão sobre as mudanças climáticas. Em entrevista à Rádio Norte FM, ele afirmou que essa questão não pode mais ser tratada como secundária e que todos têm responsabilidade nesse enfrentamento.
Lula também anunciou que encaminhará ao Congresso uma Medida Provisória com um estatuto jurídico para emergências climáticas.
A Autoridade Nacional para o Clima deve funcionar como uma agência federal. A ideia é combater os problemas atuais, como queimadas, fumaça e desmatamento, e preparar o país para os efeitos das mudanças climáticas. Já com a Medida Provisória, Lula pretende acelerar as políticas públicas para enfrentamento de eventos futuros. Será uma "sustentabilidade jurídica", disse Lula.
O presidente ainda afirmou que é preciso cobrar a comunidade internacional para que a população local use a preservação da floresta como forma de ganhar dinheiro e cuidar da família. Falando que países ricos devem pagar os países amazônicos para ajudar na preservação.
Lula também falou sobre o garimpo e o crime organizado nas terras Yanomami. Disse que o governo está fazendo o que é necessário. Até o momento, são mais de 50 inquéritos abertos por causa de fogo criminoso na região, além de mais de 750 balsas e dragas destruídas, além de helicópteros e aeronaves.
Lula lembrou que não só o Amazonas, mas outras regiões também sofrem com queimadas e estiagem, como o Pantanal, que enfrenta a pior seca dos últimos 70 anos. Ele ainda falou sobre a possibilidade de usar os jovens do serviço militar para reforçar o combate às queimadas, com algum treinamento na área de defesa civil, segundo ele. De acordo com Lula, a proposta já foi enviada ao comandante do Exército, general Tomás Paiva.