O ex-presidente americano Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (16) que a “linguagem inflamatória” dos democratas provocou o que as autoridades estão investigando como uma tentativa de assassinato contra ele, a segunda em pouco mais de dois meses. Em resposta, o presidente Joe Biden disse que os americanos resolvem suas diferenças nas urnas. O suspeito, preso no domingo após ser avistado com um fuzil no campo de golfe de Trump em West Palm Beach, recebeu ontem duas acusações federais de posse de arma de fogo, com total da pena de até 20 anos de prisão. O Serviço Secreto confirmou que o suspeito não fez nenhum disparo antes de ser alvo de tiros dos agentes. Trump escapou ileso.
Em entrevista à Fox News, ele instou seus rivais a moderarem sua retórica, mesmo enquanto os chamava de “inimigo interno” e “a verdadeira ameaça”. Biden e a vice Kamala Harris, também candidata democrata à Casa Branca, condenaram imediatamente o episódio no domingo, dizendo que não há espaço para violência na política. Após as acusações de Trump, Biden reiterou ontem sua oposição à retórica da violência. “Sempre condenei a violência política. Sempre o farei”, disse Biden na Filadélfia. “Os americanos resolvem suas diferenças pacificamente nas urnas, não com armas.” Mais tarde, em uma postagem nas redes sociais, Trump tentou vincular tanto o incidente de domingo quanto o atentado de 13 de julho, no qual ele foi ferido na orelha, a declarações feitas por Kamala sobre os quatro processos criminais que ele enfrenta.
As autoridades ainda não apresentaram possíveis motivações do suspeito, que foi preso após fugir do campo de golfe. Mas Trump disse à Fox News ontem que ele “acreditou na retórica de Biden e Harris, e agiu com base nela”. O republicano – que frequentemente usa linguagem violenta e cujas mentiras recorrentes sobre a eleição de 2020 levaram alguns de seus apoiadores a atacar o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 – previu um aumento na violência política em sua postagem online, dizendo: “Por causa dessa retórica da esquerda comunista, as balas estão voando, e só vai piorar!”.
Suas declarações surgem à medida que ele também tem expressado suspeitas crescentes sobre o atentado no comício em Butler, Pensilvânia, em julho, no qual um participante foi morto e dois outros ficaram gravemente feridos. Oficiais ainda tentam esclarecer os motivos do atirador na Pensilvânia, que foi morto por agentes do Serviço Secreto. Mas Trump recentemente apontou para Biden e Kamala. Durante seu debate com a candidata democrata, ele disse que “provavelmente levou um tiro na cabeça por causa das coisas que eles (democratas) dizem sobre mim”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte