Maria Firmino foi professora de primeiras letras em Guimarães, no Maranhão. Sua obra se construiu praticamente em paralelo à literatura majoritariamente masculina e branca dos círculos literários brasileiros. Segundo os organizadores da Flip, a homenagem a ela vem em bom momento, tanto pela qualidade de sua produção em diversos gêneros, como pelo fato de que por bastante tempo ela ficou à margem da história canônica da literatura brasileira.
A autora morreu em 1917, sem reconhecimento. Isso, segundo a organização, torna ainda mais urgente comemorar seu legado, que é também o de uma insistente vigilância sobre os valores humanos, capaz de recolocar no centro do debate contemporâneo a educação e a imaginação, mas também a educação para a imaginação.
Em 2020 e 2021, o evento, realizado no sul do estado do Rio, teve apenas edições virtuais, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19. Agora, o evento volta a ser presencial.
Serão cinco dias de atividades que incluem mesas-redondas, apresentações musicais, oficinas, sessões de filmes, saraus e jogos. Há ainda programações paralelas, com estandes de editoras e autores, comercialização de livros e um evento chamado Flipinha (voltado para crianças).
Também está prevista a participação de autores como os brasileiros Cida Pedrosa, Cidinha da Silva, Lenora de Barros, Lázaro Ramos, Geovani Martins, Cristhiano Aguiar, Ricardo Aleixo, Bernardo Carvalho e Luiz Maurício Azevedo.
Entre as presenças internacionais estão as argentinas Camila Sosa Villada e Cecilia Pavón; a cubana Teresa Cárdenas; as francesas Nastassja Martin e Annie Ernaux; as norte-americanas Saidiya Hartman e Ladee Hubbard; a portuguesa Alice Neto e e o chileno Benjamin Labatut.
A Flip terminará no domingo (27). A Festa é realizada desde 2003 no centro histórico de Paraty, patrimônio mundial no litoral sul do estado.