Nesta quinta-feira (26) é celebrado o dia dos santos Cosme e Damião, duas figuras muito populares e cultuadas não apenas na Igreja Católica, mas em outras religiões, especialmente de matrizes africanas. Também chamados de irmãos gêmeos, são associados à cura e à proteção, especialmente de crianças, e considerados padroeiros dos médicos, farmacêuticos e cirurgiões.
Cosme e Damião nasceram no século III, em uma região da atual Turquia, e foram médicos. Praticavam a medicina gratuitamente, ganhando o título de anárgiros (sem prata).
Os dons de cura eram associados à fé em Jesus Cristo e realizavam milagres ao tratar os enfermos. A fama de sua generosidade e milagres se espalhou rapidamente, o que acabou atraindo a ira do Império Romano, durante o período de perseguição aos cristãos.
No ano 303, durante o reinado de Diocleciano, foram presos e martirizados. Apesar das tentativas de executá-los de várias maneiras, como jogados ao mar, apedrejados e crucificados, sobreviveram a todas, até serem decapitados.
Na Europa, a devoção se espalhou rapidamente. Em Roma, uma basílica foi construída em sua honra no século VI, tornando-se um dos principais centros de peregrinação para os fiéis que pediam intercessão divina pela cura.
No Brasil, Cosme e Damião são reverenciados em diferentes tradições religiosas, especialmente no catolicismo e nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. A data comemorativa, em 27 de setembro, é um momento de grande celebração, especialmente nas regiões do Rio de Janeiro e Bahia.
Um dos aspectos mais marcantes da devoção popular no Brasil é a distribuição de doces para crianças. No dia de Cosme e Damião, é comum as famílias prepararem sacolinhas de doces para distribuir nas ruas em homenagem aos santos, uma prática que reflete o carinho especial que a tradição dedica à infância.
No Candomblé e na Umbanda, os santos Cosme e Damião foram sincretizados com os orixás Ibejis, divindades gêmeas que representam a dualidade e a alegria infantil. A relação com a infância e a cura continua sendo central nas cerimônias e festividades.
Na Umbanda, por exemplo, Cosme e Damião são associados ao auxílio espiritual de crianças, tanto em termos de proteção quanto de tratamento para doenças e problemas emocionais.
Nos terreiros de Candomblé, a festa de Cosme e Damião costuma ser acompanhada de oferendas e danças, celebrando a vida, a saúde e a alegria.
A devoção é um reflexo da busca humana por proteção, cura e pureza. O cuidado que eles dedicaram aos doentes sem pedir nada em troca inspirou gerações de devotos. Sua história ressoa em várias culturas, passando pela tradição cristã até o sincretismo religioso presente no Brasil.
Além disso, o simbolismo em torno da infância e da cura continua a atrair muitos fiéis. As festividades de Cosme e Damião, que misturam religião, solidariedade e folclore, são uma parte importante do calendário cultural e religioso em várias partes do mundo. Seja pela fé ou pelo carinho popular, sua história ainda toca corações e fortalece a esperança daqueles que acreditam no poder da cura e da fraternidade.
“São Cosme e São Damião, que pôr amor a Deus e ao próximo, vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos irmãos, abençoai os médicos e farmacêuticos, fazei eficazes os remédios e curai as nossas doenças.
Protegei-nos de todo o mal e guardai nossas crianças de todos os perigos. Por vossos méritos, alcancemos a saúde do corpo, a paz de espírito e a salvação eterna.