O amanhecer em Campo Grande nesta quarta-feira (2) estava em tons alaranjados, com a cor do sol vermelha. Ventos do noroeste intensificam a quantidade de fumagem em Mato Grosso do Sul.
Nas imagens de satélite do Zoom Earth, é possível notar o corredor de fumaça da Amazônia, além de biomas da Bolívia, Paraguai e o próprio Pantanal sul-mato-grossense.
A estação do Qualiar, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), indica que a qualidade do ar está ao nível moderado. O monitoramento considera a entrada de material particulado pela atmosfera.
O material particulado é o principal poluente atmosférico utilizado como parâmetro para a análise e caracterização da qualidade do ar devido à frequência de ocorrência e aos prejuízos à saúde e ao meio ambiente que ele pode causar.
Segundo o meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), há previsão de chuva entre esta quarta e quinta-feira (3).
Os modelos de análise indicam chuva intensa na região sul do Brasil. Contudo, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) informa chance de chuva já no período da tarde de hoje.
Houve reforço de brigadas para combate aos incêndios em todos os biomas do Estado. A Operação Pantanal completa hoje 184 dias de trabalho.
Segundo a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Tatiane Inoue, a região enfrenta seca extrema em todas as regiões. Portanto, as equipes de combate enfrentam dificuldades na atuação diante da crise climática e áreas de difícil acesso.
"A situação no Estado é de seca extrema, apesar das frentes frias no Estado e algumas chuvas, essa chuva não teve um volume considerável para realmente molhar o sono. No Pantanal, encontramos situações ainda muito críticas, a vegetação um pouco verde pela chuva, mas o solo muito seco".
Setembro terminou com registro de 1,9 mil focos de queimadas em Mato Grosso do Sul e apesar do resultado 5 vezes maior que o de setembro de 2023, é possível dizer que as chamas estão sob controle. Isso porque o resultado está dentro da média e abaixo do resultado de 2020.
Para se ter ideia, em setembro de 2019 foram 3.210 focos de queimadas, 3.079 no mês em 2020 e 2.739 em 2021. O máximo de focos de queimadas já registrados em um mês de setembro, foram 5.380. Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).