A maior briga registrada na pré-campanha para Prefeitura de Campo Grande não resultou em nada, no final das contas. Depois de tanta disputa por quem seria o candidato de Jair Bolsonaro (PL), o primeiro turno da Capital foi marcado por uma presença bastante discreta, com um singelo pedido de votos e uma marreta na mão.
CLIQUE AQUI PARA SEGUIR O INVESTIGAMS NO INSTAGRAM
Havia a expectativa de que Bolsonaro passasse pela Capital no primeiro turno, o que acabou não se confirmando, deixando aberta a possibilidade de ele comparecer no segundo turno, quando terão menos candidatos na disputa.
Bolsonaro fez acordo com Eduardo Riedel (PSDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB) para apoiar Beto Pereira. A decisão desagradou Tereza Cristina (PP), que não escondeu a mágoa por ele ter voltado atrás da decisão de apoiar Adriane Lopes (PP).
No fim, Bolsonaro acabou nem vindo e pode amenizar a crise com Tereza no segundo turno em Campo Grande, caso Adriane Lopes chegue lá. Pesquisas indicam disputa acirrada pelo segundo turno, com chances da candidata de Tereza continuar na disputa.
Na campanha do PSDB, o cálculo foi de que Bolsonaro seria mais útil em um segundo turno, para buscar o voto dos chamados "bolsonaristas". Na ocasião, a expectativa era de um confronto com Rose Modesto (PSDB), que liderava as pesquisas no período.
Agora, com a possibilidade até de um confronto entre Adriane e Beto, Bolsonaro pode ser decisivo, vindo ou não para Campo Grande. Neste cenário, se o ex-presidente não vier, repetirá o que fez na eleição de 2022, quando silenciou no segundo turno, não pedindo votos para Riedel ou Capitão Contar, justamente a pedido de Tereza.
Bolsonaro havia sido o responsável por levar Capitão Contar ao segundo turno, quando pediu, no debate da TV Globo, para o eleitor votar no candidato do PRTB. No segundo turno, muitos bolsonaristas fizeram vídeos para Contar, mas Tereza conseguiu frear Bolsonaro.
Caso Beto não chegue, Bolsonaro pode vir à Capital para desfazer o clima nada bom que ficou entre ele e sua ex-ministra após acordo para o primeiro turno da eleição. Neste cenário, podem subir no mesmo palanque Riedel, Tereza e Bolsonaro.
Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles