Foto de maio deste ano, quando o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, reuniu-se com Bolsonaro e com os comandantes das Forças Armadas –
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu os comandantes das Forças Armadas nesta quinta-feira (24) no Palácio da Alvorada, um dia depois de o chefe do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, rejeitar a ação do partido do mandatário que contestava o resultado da eleição.
General da reserva e candidato a vice no pleito deste ano, Braga Netto também esteve na reunião.
O encontro ocorre no momento em que bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro teve uma inédita derrota para um presidente que disputava a reeleição no país.
Esses atos antidemocráticos em frente a quartéis e em rodovias do país têm ocorrido sob uma escalada de violência que inclui ações lideradas por homens encapuzados e armados, uso de bombas caseiras, saques e depredação de caminhões.
Também há registros de ataques a agentes da Polícia Rodoviária Federal e a caminhoneiros, incluindo um que foi atingido por pedradas ao tentar furar um dos bloqueios.
Nesta quinta-feira, pouco depois de os militares deixarem o palácio, a assessoria de Bolsonaro anunciou que está prevista a participação dele em um evento na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) no próximo sábado (26), em Resende (RJ).
Os comandantes do Exército, Marco Freire Gomes, da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, participaram do encontro no Alvorada.
Na agenda oficial do presidente, constava apenas uma reunião com o subchefe de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Renato França, no Palácio do Planalto.
Um dia antes, na quarta (23), Moraes rejeitou o pedido do PL para que parte dos votos fossem anulados e condenou a coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.
Ele também determinou o bloqueio dos fundos partidários das três legendas até o pagamento da penalidade imposta.
Além disso, por entender que na iniciativa encampada pelo PL houve “finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro”, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, será alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito das milícias digitais, e no TSE.
Após a reunião com os militares, Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto. Na quarta, ele também havia ido à sede de trabalho presidencial, após quase três semanas de reclusão.
O mandatário não ia ao local desde o dia 3 de novembro. Na quarta, Bolsonaro não ficou muito tempo no palácio. O presidente chegou por volta das 9h e ficou pouco mais de 5 horas, quando voltou para o Alvorada.
No próximo sábado, segundo o anúncio feito pelo governo, também há previsão da ida de “algumas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, oficiais generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” para cerimônia de formatura de aspirantes na Aman.