O BTG Pactual, sob a liderança de André Esteves, deu um passo significativo no setor hoteleiro brasileiro ao anunciar a aquisição de 18 hotéis da Accor. Esta transação se destaca como a maior do setor no Brasil em 2023, realizada através do fundo BTG Pactual Asset Management. A compra inclui a Accor Invest Brasil, o braço imobiliário da renomada rede francesa Accor. Entre os estabelecimentos adquiridos estão o icônico Fairmont em Copacabana e o antigo Caesar Park, agora conhecido como Sofitel, ambos situados no Rio de Janeiro. O valor total do negócio, que abrange também investimentos nos ativos, gira em torno de R$ 1,7 bilhão.
Os hotéis adquiridos continuarão sob a operação da Accor, mas serão integrados a três fundos geridos pelo BTG. Dois desses fundos já estão listados na B3, a Bolsa de Valores brasileira, enquanto o terceiro está em fase de criação, direcionado a investidores institucionais. Com esta aquisição, o BTG Pactual amplia seu portfólio hoteleiro para 56 hotéis, totalizando quase 5.000 quartos, o que o consolida como o maior do Brasil. Dos 18 hotéis adquiridos, quatro estão localizados no Rio de Janeiro, enquanto os demais se encontram em São Paulo e no interior, com um foco especial no turismo corporativo.
A estratégia da Accor, por outro lado, é concentrar seu portfólio imobiliário na Europa, enquanto busca negociar 44 imóveis na América Latina. A taxa de ocupação dos hotéis voltados para o turismo corporativo em São Paulo está em torno de 65%, enquanto no Rio de Janeiro a média é de 71,1%, conforme dados da pesquisa da Hotéis Rio. Este movimento estratégico da Accor reflete uma tendência de otimização de ativos e foco em mercados prioritários.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já foi notificado sobre a transação, e a expectativa é que o negócio receba aprovação até o final do ano. Esta aquisição não apenas reforça a posição do BTG Pactual no mercado hoteleiro, mas também destaca a dinâmica de investimentos no setor, que continua a atrair grandes players em busca de oportunidades de crescimento e consolidação.
*Com informações de Bruno Meyer