A polícia da Bolívia informou nesta quarta-feira (18) que a suposta vítima no caso de tráfico de pessoas e estupro pelo qual o ex-presidente do país e líder do partido governista, Evo Morales, é investigado, está desaparecida. A Divisão de Tráfico e Contrabando de Pessoas da Força Especial de Combate ao Crime (Felcc) na região de Tarija divulgou um alerta de "pessoas desaparecidas" sobre a jovem, de 23 anos, e sua filha de oito anos, que foram "vistas pela última vez" em 2 de outubro em uma escola na cidade de Yacuiba, na fronteira com a Argentina.
"Desde essa data, seu paradeiro é desconhecido", diz o alerta divulgado em redes sociais por essa divisão policial de Tarija, região onde supostamente ocorreu o caso pelo qual Morales está sendo investigado. O ministro de Governo, Eduardo del Castillo, confirmou a jornalistas em La Paz que a polícia havia aberto uma investigação sobre o possível desaparecimento de mãe e filha "com base no fato de que houve uma tentativa de sequestro dessa suposta vítima de Evo Morales no departamento de Tarija". "Dias depois, essa mulher não foi mais vista, a menina de oito anos não voltou à escola e, portanto, a polícia boliviana abriu esse caso ‘ex officio’ para encontrar essa mulher", disse.
O Ministério Público da Bolívia investiga Evo Morales pelos crimes de "tráfico de pessoas" e "estupro" cuja vítima seria a jovem que agora é dada como desaparecida e com quem ele supostamente teve uma filha quando ela era menor de idade. O ex-presidente deveria ter prestado depoimento na última quinta-feira ao Ministério Público em Tarija, mas não compareceu. A promotoria anunciou que seria emitido um mandado de condução coercitiva contra Morales para forçá-lo a depor, mas ainda não se sabe se o documento foi elaborado.
A região central da Bolívia teve rodovias bloqueadas nesta quarta-feira pelo terceiro dia consecutivo por simpatizantes de Morales, que exigem a retirada da investigação, que consideram uma perseguição política contra ele. O caso ocorre em meio à disputa entre o atual presidente boliviano, Luis Arce, e Morales, que estão afastados desde o final de 2021 devido a diferenças sobre os rumos do governo e da liderança nacional do partido de ambos, o Movimento ao Socialismo (MAS).
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte