Assim, a vizinha identificou as pessoas no vĂdeo e conversou com elas. As duas mulheres disseram que só poderiam pegar o sacolão "quem estava com o Dittmar". À polĂcia, ela declarou que entrou em contato com um outro candidato que conhecia, Renato Amorim (PL), que acabou o pleito como suplente.
Compra de votos no meio da rua, diz denunciante
Dessa forma, a denunciante afirmou que no dia 2 de outubro viu movimentação de eleitores e a pessoa de Claudio dos Reis Alviço, que Ă© diretor do presĂdio de Aquidauana e atuou na campanha de Dittmar. De acordo com as imagens, ele estĂĄ com uma bolsa. A mulher relata que viu o momento em que Claudio abre a bolsa que estaria cheia de dinheiro e entrega dinheiro para a filha da moradora (da casa ao lado) e para um rapaz. Nesse momento, uma viatura da PM passa pelo local e apenas cumprimenta ClĂĄudio.
Em outro momento naquele mesmo dia, um Onix branco estacionado na frente da casa que ocorreu toda a movimentação. Em determinado momento, Ă© possĂvel ver o próprio candidato abrindo a porta, pegando algo e entregando para um homem.
Apreensão de imagens
Com a denĂșncia, a polĂcia conseguiu ordem judicial para realizar a apreensão das imagens para anĂĄlise. Depois, ouviu todos os envolvidos.
Em depoimento, ClĂĄudio disse que no local ocorria uma reunião polĂtica de Dittmar e que a bolsa que estava era de uma outra pessoa, que trabalhava na campanha do candidato. PorĂ©m, ele alegou que foi apenas pagar um entregador de açaĂ que precisava trocar uma nota de R$ 100 que havia recebido de um cliente.
Então, diz que conversou com a vizinha e ficou sabendo que ela teria gravado a suposta compra de votos. Depois, marcaram de conversar ao que alega ter sido chantageado, falando que a mulher pediu emprego para sua filha, mas ClĂĄudio afirma que não aceitou.
À polĂcia, o diretor da penitenciĂĄria disse que uma assessora de Dittmar recebeu ligação de Renato Amorim, dizendo que precisavam conversar. No encontro, ele teria pedido R$ 250 mil para não divulgar o vĂdeo.
Ao Jornal Midiamax, ClĂĄudio negou que houve compra de votos: "Não existe esquema nenhum de compra de votos, lamentĂĄvel isso".
JĂĄ o candidato Renato Amorim confirmou à polĂcia que recebeu os vĂdeos com a suposta compra de votos e que, diante disso, denunciou para a polĂcia e para o sistema de denĂșncias da Justiça Eleitoral. Por fim, declarou que passou a sofrer ameaças após obter as imagens.
A reportagem procurou Amorim para comentar o ocorrido, mas as ligações não foram atendidas e não obtivemos respostas por mensagens tambĂ©m. O espaço segue aberto para posicionamento.
A investigação tambĂ©m ouviu o candidato Edenilson Dittmar, que negou que tenha ocorrido compra de votos e afirma que ficou sabendo que Renato Amorim teria exigido R$ 250 mil para não divulgar os vĂdeos. Disse que assim que ficou sabendo, procurou a polĂcia.
A reportagem tentou contato com Dittmar, na manhã de segunda-feira (21), que apenas exigiu as credenciais da reportagem. Após a comprovação, disse que iria "verificar" e retornar, o que não ocorreu atĂ© esta publicação. No entanto, o espaço segue aberto para manifestação, que pode ser incluĂda após a veiculação da reportagem.
O delegado responsĂĄvel pela investigação, LuĂs Fernando Domingos Mesquita, disse à reportagem que o inquĂ©rito corre em sigilo e que ao fim das apurações irĂĄ encaminhar o caso ao MinistĂ©rio PĂșblico.