PMNAS

PolĂ­cia investiga vĂ­deo com suposta compra de votos de candidato eleito em Aquidauana

VĂ­deo foi parar na mão de outro candidato, que teria tentado extorquir "concorrente"

Por Midia NAS em 23/10/2024 às 18:45:22
À direita, candidato aparece entregando supostamente dinheiro a eleitor e à direita, seu assessor, Claudio, entrega dinheiro (Reprodução)

À direita, candidato aparece entregando supostamente dinheiro a eleitor e à direita, seu assessor, Claudio, entrega dinheiro (Reprodução)

A PolĂ­cia Civil de Aquidauana - distante 140 km de Campo Grande - estĂĄ investigando possĂ­vel compra de votos que teria sido praticada pelo candidato eleito vereador (537 votos), Edenilson Dittmar JĂșnior (PL).

Conforme documentos e vĂ­deos obtidos pela reportagem do Jornal Midiamax, tudo começou com denĂșncia de extorsão, mas que revelou possĂ­vel esquema de compra de votos, que teria ocorrido em uma residĂȘncia no Bairro São Pedro, no dia 2 de outubro.

Uma vizinha notou a movimentação suspeita de eleitores e do candidato no local. Então, pegou gravação das câmeras de segurança.

Ao observar as imagens, ela percebeu que, no dia anterior, um Fiat Argo preto havia parado com o porta-malas virado para o portão e, logo, vĂĄrias pessoas se aglomeraram no local. Então, percebeu que havia distribuição de sacolão e que duas pessoas que saĂ­ram sem a cesta estavam revoltadas.

Assim, a vizinha identificou as pessoas no vĂ­deo e conversou com elas. As duas mulheres disseram que só poderiam pegar o sacolão "quem estava com o Dittmar". À polĂ­cia, ela declarou que entrou em contato com um outro candidato que conhecia, Renato Amorim (PL), que acabou o pleito como suplente.

Compra de votos no meio da rua, diz denunciante

Dessa forma, a denunciante afirmou que no dia 2 de outubro viu movimentação de eleitores e a pessoa de Claudio dos Reis Alviço, que Ă© diretor do presĂ­dio de Aquidauana e atuou na campanha de Dittmar. De acordo com as imagens, ele estĂĄ com uma bolsa. A mulher relata que viu o momento em que Claudio abre a bolsa que estaria cheia de dinheiro e entrega dinheiro para a filha da moradora (da casa ao lado) e para um rapaz. Nesse momento, uma viatura da PM passa pelo local e apenas cumprimenta ClĂĄudio.

Em outro momento naquele mesmo dia, um Onix branco estacionado na frente da casa que ocorreu toda a movimentação. Em determinado momento, Ă© possĂ­vel ver o próprio candidato abrindo a porta, pegando algo e entregando para um homem.

Apreensão de imagens

Com a denĂșncia, a polĂ­cia conseguiu ordem judicial para realizar a apreensão das imagens para anĂĄlise. Depois, ouviu todos os envolvidos.

Em depoimento, ClĂĄudio disse que no local ocorria uma reunião polĂ­tica de Dittmar e que a bolsa que estava era de uma outra pessoa, que trabalhava na campanha do candidato. PorĂ©m, ele alegou que foi apenas pagar um entregador de açaĂ­ que precisava trocar uma nota de R$ 100 que havia recebido de um cliente.

Então, diz que conversou com a vizinha e ficou sabendo que ela teria gravado a suposta compra de votos. Depois, marcaram de conversar ao que alega ter sido chantageado, falando que a mulher pediu emprego para sua filha, mas ClĂĄudio afirma que não aceitou.

À polĂ­cia, o diretor da penitenciĂĄria disse que uma assessora de Dittmar recebeu ligação de Renato Amorim, dizendo que precisavam conversar. No encontro, ele teria pedido R$ 250 mil para não divulgar o vĂ­deo.

Ao Jornal Midiamax, ClĂĄudio negou que houve compra de votos: "Não existe esquema nenhum de compra de votos, lamentĂĄvel isso".

JĂĄ o candidato Renato Amorim confirmou à polĂ­cia que recebeu os vĂ­deos com a suposta compra de votos e que, diante disso, denunciou para a polĂ­cia e para o sistema de denĂșncias da Justiça Eleitoral. Por fim, declarou que passou a sofrer ameaças após obter as imagens.

A reportagem procurou Amorim para comentar o ocorrido, mas as ligações não foram atendidas e não obtivemos respostas por mensagens tambĂ©m. O espaço segue aberto para posicionamento.

A investigação tambĂ©m ouviu o candidato Edenilson Dittmar, que negou que tenha ocorrido compra de votos e afirma que ficou sabendo que Renato Amorim teria exigido R$ 250 mil para não divulgar os vĂ­deos. Disse que assim que ficou sabendo, procurou a polĂ­cia.

A reportagem tentou contato com Dittmar, na manhã de segunda-feira (21), que apenas exigiu as credenciais da reportagem. Após a comprovação, disse que iria "verificar" e retornar, o que não ocorreu atĂ© esta publicação. No entanto, o espaço segue aberto para manifestação, que pode ser incluĂ­da após a veiculação da reportagem.

O delegado responsĂĄvel pela investigação, LuĂ­s Fernando Domingos Mesquita, disse à reportagem que o inquĂ©rito corre em sigilo e que ao fim das apurações irĂĄ encaminhar o caso ao MinistĂ©rio PĂșblico.

Comunicar erro
Camara Municipal de NAS

ComentĂĄrios

Publicidade 728x90 2 Camara Vol 2