A eleição no Uruguai, marcada para o próximo domingo (27), traz à tona um plebiscito crucial que pode transformar o sistema de aposentadorias do país. Os eleitores decidirão sobre uma proposta que estabelece a idade mínima de aposentadoria em 60 anos, extingue os fundos privados de previdência e vincula o valor mínimo das aposentadorias ao salário mínimo. Este plebiscito ocorre em um contexto de crescente debate sobre a reforma previdenciária. A proposta surge em resposta à reforma implementada pelo governo do presidente Luis Lacalle Pou, que elevou a idade mínima de aposentadoria de 60 para 65 anos.
Embora a oposição critique a reforma, há um reconhecimento geral da necessidade de ajustes no sistema previdenciário. O desafio demográfico do Uruguai, com uma população em declínio e uma taxa de natalidade em queda, intensifica a urgência dessa discussão. A central sindical PIT-CNT apoia a proposta do plebiscito, que requer a aprovação de pelo menos 50% dos votantes para ser implementada. No entanto, as pesquisas atuais indicam que apenas 30% da população está a favor da mudança. Essa discrepância entre a proposta e a aceitação popular levanta questões sobre a viabilidade da reforma.
Figuras proeminentes, como o ex-presidente José “Pepe” Mujica e a ex-vice-presidente Lucía Topolansky, manifestam sua oposição à proposta, argumentando que não se deve fixar na Constituição normas que precisam ser adaptadas ao longo do tempo. O presidente Lacalle Pou tem se posicionado contra a proposta, alertando que sua aprovação poderia levar a um sistema insustentável e a um aumento na carga tributária.
Além das preocupações políticas, especialistas em previdência levantam questões sobre as consequências econômicas da proposta. A possibilidade de uma redução no salário mínimo poderia impactar negativamente todos os aposentados, enquanto a mudança proposta poderia ter um efeito significativo no PIB do Uruguai.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicada por Matheus Oliveira