PF e Gaeco nas ruas: Administrada por prefeito influencer, Ivinhema tem segunda operação em 15 dias
Agentes cumprem mandados na manhã desta quarta-feira
Equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e PF (Polícia Federal) cumprem mandados na manhã desta quarta-feira (30) em Ivinhema, município localizado a 290 km de Campo Grande. É a segunda operação em 15 dias no município administrado pelo prefeito Juliano Ferro (PSDB), conhecido também por ser influencer com mais de 760 mil seguidores no Instagram.
As primeiras informações são de que o Gaeco estaria na prefeitura e na casa do prefeito - reeleito -, Juliano Ferro (PSDB).
Já a PF estaria no mercado e garagem do grupo Alvorada. O proprietário ganhou repercussão após debochar da PF por ter apreendido uma caminhonete Silverado. Em vídeo gravado pescando com amigos em uma lancha, o rapaz diz que já encomendou outra.
A caminhonete havia sido comprada pelo prefeito na garagem Alvorada. A venda da Silverado ao prefeito do PSDB foi citada em depoimento de investigado na operação da PF. Conforme o depoimento, Ferro teria dado cheque de R$ 380 mil pelo veículo.
Contudo, Ferro informou ao Jornal Midiamax em 2 de outubro que já havia vendido o veículo. O prefeito relembrou a venda da Silverado e disse que já não estava em posse do carro. "Já vendi o veículo e foram buscar, mas não estava comigo. Foram apreendidos bens do senhor que está preso", informou.
A investigação apura organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas.
A reportagem tentou falar com o prefeito, mas as ligações não foram atendidas. Não obtivemos retorno por mensagens. O espaço segue aberto para manifestação.
"Bens ocultos"
Após o depoimento que citou a compra feita por Juliano Ferro, o prefeito é investigado por ocultação de bens. Portaria assinada pelo delegado Marcelo Guimarães Mascarenhas, instaurou inquérito de investigação para apurar supostas omissões de bens do candidato.
Assim, o inquérito aponta que o tucano teria posse de dois carros avaliados em R$ 800 mil e não declarados à Justiça Eleitoral no registro de candidatura para o pleito de 2024.
O delegado afirma que existem elementos plausíveis de "posse, propriedade e disponibilidade" dos veículos Silverado e Dodge Ram "tudo em ao menos no corrente ano até a data de 19/08/2024, portanto de em data anterior e também posterior a sua declaração eleitoral de bens".
Contudo, na declaração de bens à Justiça Eleitoral, o candidato à reeleição listou apenas três veículos. Sendo um Gol de R$ 26 mil, um Uno Mile de R$ 20 mil e uma caminhonete F1000 de R$ 50 mil.
Ao Jornal Midiamax, o prefeito afirmou estar ciente da investigação e pontuou que já prestou declarações à Polícia Federal. "Eu não coloquei a Dodge Ram na minha declaração de bens, porque eu já tinha vendido, eu mexo com a compra e venda de carro há 20 anos. E não coloquei a Silveirado que foi compro da pessoa investigada, porque ela não tem documento liberado, ele falou que ia liberar o documento em dezembro e eu ia pagar ela em janeiro, entendeu? Já dei minha declaração, meu depoimento para Polícia Federal", disse.