A COP 29, que acontece em Baku, Azerbaijão, trouxe uma importante novidade nesta semana: a criação da Declaração de Redução de Metano proveniente de resíduos orgânicos. Sete dos dez maiores emissores desse tipo de poluente, incluindo o Brasil, se comprometeram a adotar medidas mais rigorosas para enfrentar o problema. O metano é um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento global até 28 vezes maior que o dióxido de carbono. Ele é liberado durante a decomposição de resíduos orgânicos, especialmente em aterros sanitários e lixões. No Brasil, essa é a segunda maior fonte de emissões de metano, representando cerca de 16% do total nacional. Apesar de ser um número significativo, a principal contribuição brasileira ainda vem da pecuária, que responde por 65% das emissões de metano.
A declaração assinada na COP 29 foca na adoção de práticas como compostagem, reciclagem de resíduos orgânicos e captura de gás em aterros para geração de energia. Essas soluções já vêm sendo implementadas em alguns países e têm mostrado eficiência não apenas na redução de emissões, mas também no reaproveitamento de resíduos como recursos econômicos. Para o Brasil, o desafio é imenso, mas as oportunidades também são grandes. Segundo o IBGE, 45% do lixo gerado no país é orgânico, e boa parte ainda é descartada de forma inadequada. Iniciativas como compostagem urbana, incentivo à produção de biogás e educação ambiental podem ajudar a transformar essa realidade.
A adesão do Brasil à declaração representa um compromisso importante. Alinhado ao Acordo do Metano Global, o país já havia estabelecido a meta de reduzir 30% de suas emissões de metano até 2030. Agora, é preciso garantir que essas intenções se traduzam em ações concretas, com investimentos em tecnologia e políticas públicas que envolvam estados e municípios. Além de reduzir o impacto ambiental, o combate ao metano é uma oportunidade para criar empregos verdes e gerar energia renovável. Transformar resíduos em soluções faz parte de um futuro sustentável que precisa começar agora.