Eleita melhor do Mundo em seis oportunidades, a camisa 10 foi a pioneira na marca ao balançar a rede nas Copas de 2003, nos Estados Unidos; 2007, na China; 2011, na Alemanha; 2015, no Canadá; e 2019, na França.
"Fico muito feliz em ter visto ele bater também esse recorde. É um cara que eu admiro muito. Todos sabem o quanto gosto do trabalho dele, do futebol dele e dele como pessoa. Fico super feliz. Também mostra o equilíbrio que a gente vem tendo em relação à inclusão, do futebol masculino e feminino. São eles quebrando recordes lá e a gente também aqui. Quando a gente quebra aqui, depois de um tempo [eles] vão e fazem a mesma coisa. Então, acho que isso é bacana, valoriza cada vez mais o esporte", disse a jogadora ao UOL.
E é bom Cristiano Ronaldo abrir o olho e já se planejar para 2026 se não quiser ficar para trás. Isso porque ano que vem tem Copa do Mundo feminina, que terá sede dividida entre Austrália e Nova Zelândia, e Marta não esconde o desejo de integrar a delegação brasileira que vai disputar a competição.
Ela, inclusive, revelou a possibilidade de uma conversa com a técnica Pia Sundhage nos próximos dias para colocar em debate a próxima temporada.
"Individualmente, sou aquela pessoa que se cobra muito. Então, como eu fiquei essa temporada toda fora, estou sempre me cobrando, buscando fazer os treinamentos, não perder muitos dias de treinos. Claro que a gente tem planos para, na próxima semana, já ter uma conversa com a treinadora. Ela me procurou, a gente quer sentar e conversar... Qual a maneira que ela está vendo de, de repente, ano que vem eu estar com a seleção ou não. Mas é uma questão que tem de ser conversada entre as partes. Eu vou estar, como sempre, fazendo o meu melhor e buscando me superar", salientou.
"É um desejo [estar na Copa]. Como sempre falei em minha trajetória, estarei na seleção se, realmente, eu merecer estar, se estiver fazendo de maneira excelente meu trabalho, que possa ajudar a equipe a ir em busca deste título.
As expectativas são sempre as melhores porque se trata de uma Copa do Mundo. Seja masculina ou feminina, o brasileiro quer que o time vá para brigar pelo título. Eu vou fazer o que eu puder, o possível e o impossível, para estar bem para jogar na seleção de maneira que eu possa ajudar", completou.
A primeira Copa do Mundo que a camisa 10 esteve foi em 2003 e, duas décadas depois, o torneio pode ganhar tom de despedida. Ela, porém, prefere ainda não fazer planos sobre o assunto.
"Não tem [planejamento neste sentido], mas é muito provável, né? A gente não pode ignorar... O tempo vai passar para todo mundo e vai chegar uma hora que terei de parar. Mas eu prefiro não responder agora, prefiro que o tempo responda", apontou a jogadora de 36 anos.
A Copa do ano que vem, inclusive, pode apresentar novidades em meio à reformulação pela qual passa a seleção. Marta salienta a evolução que a modalidade teve no Brasil nos últimos anos e torce por novos passos.
"Tenho acompanhado isso com muito otimismo porque a gente percebe que é um momento especial para o futebol feminino. A gente vem analisando os anos passados com o que a gente está vivendo hoje e tem uma diferença grande, principalmente em relação às competições. Temos mais oportunidade. Campeonato Brasileiro Série A, Série B, Estaduais... E vemos que os estádios estão sendo lotados em grandes jogos. Isso tudo faz com que se sinta otimista para que essa geração continue a usufruir do que está acontecendo e dê andamento às próximas gerações para poder vivenciar isso", classificou.
Em março, a jogadora anunciou que precisaria passar por uma cirurgia após uma lesão no ligamento do joelho esquerdo. A camisa 10 já retomou os treinos com o elenco do Orlando Pride, dos Estados Unidos.
"A recuperação está ótima. Estava treinando individualmente e, agora, já voltei a treinar com o grupo que permanece em Orlando, porque algumas já estão de férias. Estou muito ansiosa, muito feliz com a recuperação porque, até aqui, está dando tudo certo. Tem alguns detalhes que eu sei que preciso melhorar, que é na questão da parte física. Mas, poxa, ficar o ano inteiro parada, sem ter aquele tipo de atividade que normalmente faz... É difícil. Ganha um pouco de peso porque vem a ansiedade e, às vezes, dá vontade de comer mais do que normalmente come (risos). Mas estou, a cada dia, melhor, me sentindo bem e muito confiante", garantiu.
Até por causa do processo de tratamento, a jogadora participou do "Mano a Mano - Donas do Jogo" como uma espécie de técnica.
"Foi uma maneira que a gente encontrou para que eu pudesse participar mais ativamente, já que não vou poder atuar. Não que eu não esteja em condições de jogo, mas é uma situação delicada. Voltei a treinar há pouco tempo com as atletas do meu time, mas treinos oficiais, e é diferente quando vai pedir para ser liberada para um evento de entretenimento, mesmo que seja algo tão importante para a nossa modalidade. E vindo de uma lesão. Então, preferimos segurar um pouquinho e participar dessa maneira, como treinadora. Mas mais como auxiliadora, no meio da galera", brinca.
Ela comentou sobre a edição de 2023 do evento.
"Tivemos a oportunidade de, no ano passado, participar desse evento e percebemos que estão juntos. São ações desta natureza que fazem com que a gente continue batalhando para que, cada vez mais, a mulher possa ocupar o seu espaço, com igualdade, respeito e empoderamento. Acho que o pontapé inicial já foi dado. E em um momento tão especial, que é a Copa do Mundo masculina, estarmos dando esse destaque ao futebol feminino também... Para a gente, é uma honra estar aqui, super prazeroso".
Confiante no hexa, Marta avaliou como positiva a estreia do Brasil na Copa do Mundo do Qatar, com a vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia, e torce para que Neymar se recupere prontamente para voltar a ficar à disposição de Tite.
"Prefiro acreditar que não perdemos ele [Neymar]. A seleção fez uma boa estreia, jogou super bem. Foi muito equilibrado, mas acho que não corremos risco algum, mesmo perdendo o Neymar pelos próximos dois jogos... Ele vai voltar nas oitavas, com fé em Deus, aí acredito que temos uma seleção muito forte para manter o nível e o ritmo que começamos a Copa".