Mohammed al-Jolani, que lidera a milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), reafirmou o compromisso de seu grupo em prosseguir com a luta que começou durante a Primavera Árabe em 2011, após a tomada de Damasco por forças rebeldes. Em sua primeira declaração pública, ele proclamou: "O futuro é nosso". Além disso, disse que a vitória é da “nação islâmica” e foi conquistada “pelo sangue dos mártires, das viúvas, dos órfãos e do sofrimento das pessoas que estavam nas prisões”. Desde que se desvinculou da Al-Qaeda em 2016, Al-Jolani tem tentado se posicionar como um líder mais moderado, embora o HTS continue sendo classificado como uma organização terrorista por analistas e governos ocidentais.
Nos últimos meses, especialmente desde novembro, o HTS tem intensificado suas ações para desestabilizar o governo de Bashar al-Assad, resultando na captura de várias cidades estratégicas. As tensões entre o HTS e o regime de Assad têm raízes que remontam a 2017, ligadas ao conflito com a frente Al-Nusra, que é a antecessora do HTS. Al-Jolani enfatizou que o principal objetivo da ofensiva é a derrubada do regime de Assad, afirmando que o grupo tem o direito de utilizar todos os meios necessários para atingir essa meta.
Recentemente, Al-Jolani tem se mostrado mais ativo em público, especialmente em Aleppo, onde trocou o tradicional turbante dos jihadistas por uniformes militares. Essa mudança de vestuário simboliza sua transição de um líder que operava nas sombras para uma figura mais visível e proeminente no cenário político e militar da região. Essa nova postura pode indicar uma tentativa de fortalecer sua imagem e a do HTS diante de um público mais amplo.
A situação na Síria continua complexa, com o HTS buscando consolidar seu poder em meio a um cenário de guerra civil que já dura mais de uma década. A luta do grupo contra o regime de Assad reflete não apenas uma busca por controle territorial, mas também uma tentativa de se afirmar como uma força relevante no contexto da oposição síria. A evolução das ações do HTS e a postura de Al-Jolani serão observadas de perto por analistas e governos, que avaliam as implicações de suas declarações e movimentos no futuro da Síria.
*Reportagem produzida com auxílio de IA