Segundo Nunes, a Secretaria Municipal da Cultura está fechando a programação, que deverá ser divulgada em breve.
A festa foi cancelada nas viradas para 2021 e para 2022 por causa do novo coronavírus.
No ano passado, o prefeito chegou a anunciar que a cidade voltaria a ter a tradicional celebração de Ano-Novo na Paulista, mas a organização do evento acabou cancelada após recomendação da Divisão de Vigilância Sanitária devido ao surgimento da variante ômicron do novo coronavírus, que resultou na superlotação de unidades de saúde e hospitais.
Na última quinta (24), em uma decisão conjunta com o governo estadual, a prefeitura anunciou a volta da obrigatoriedade do uso de máscara no transporte público.
A decisão foi motivada pela nova alta de casos e hospitalizações. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, em 15 dias houve a ocupação de 100% nas unidades de terapia intensiva e de 120% nas de enfermaria de pacientes com Covid na rede estadual, principalmente em decorrência da circulação de subvariantes da ômicron.
"A Vigilância Sanitária não colocou, por enquanto, impeditivo", disse o prefeito ao ser questionado sobre a nova onda de Covid-19 que levou à volta das máscaras no transporte. "Estamos monitorando [casos e internações] diariamente e com avaliações semanais", afirmou.
Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, na última sexta (25), a média móvel de casos de Covid em sete dias era de 817 infectados. Só no dia 7, foram 2.226 casos, maior número deste mês.
A transmissão do vírus voltou a crescer na cidade, o que também foi decisivo para a retomada da máscara no transporte público, com base em análise técnica do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
De acordo a plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a projeção para RT (ritmo de contágio) na capital nesta segunda era de 1,35. Há um mês, em 28 de outubro, a taxa era de 0,93.
O Rt mostra para quantas pessoas um paciente infectado transmite o novo coronavírus, ou seja, um índice de 1,35 quer dizer que cada cem contaminados transmitem a doença para outras 135.
No início do deste ano, por causa da alta de pacientes com o novo coronavírus, a prefeitura teve de adiar o Carnaval de fevereiro para abril.
Em entrevista à Folha de S.Paulo na semana passada, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que a sequência de festas com Copa do Mundo, Natal e Réveillon são cenários favoráveis à alta de Covid.
"Temos cenários que favorecem a perpetuação do vírus e criar obrigatoriedade em outros espaços não será algo acatado pela população, provocará mais desgaste", afirmou, sobre uma suposta volta das máscaras em outros ambientes, como no comércio.
"Portanto, é fundamental a consciência das pessoas de forma individual. São elas que vão se proteger, tanto a si, quanto aos seus familiares e àqueles que estão em seus ambientes de trabalho. Muitas pessoas perderam a sensação do risco, acham que já estão protegidas."
Gorinchteyn também alertou para vacinação em baixa. Segundo ele, 10 milhões de pessoas -incluindo crianças- tomaram apenas uma dose da vacina contra a Covid em São Paulo. O secretário apontou ainda que 7 milhões poderiam ter recebido a terceira dose e não apareceram nos postos de saúde e que 50% das crianças não estão devidamente imunizadas.
A última festa de Ano-Novo na Paulista foi na virada para 2020. O Réveillon teve como atrações Lulu Santos, Bimbo e Jhonas, Anavitória, DJ Leandro Pardi, Marcos e Belutti, Chiclete com Banana e a escola de samba Rosas de Ouro, que encerrou a noite.
De acordo com a prefeitura na época, um púbico rotativo de 2,2 milhões de pessoas esteve na avenida. O Réveillon movimentou quase R$ 650 milhões na economia da cidade.