Entrada tardia em briga pode fazer Adriane iniciar ano com derrota e opositores
O grupo da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), decidiu entrar de vez na briga pela presidência da Câmara.
O grupo da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), decidiu entrar de vez na briga pela presidência da Câmara. Faltando doze dias para a eleição (dia 1° de janeiro), o grupo decidiu escolher Beto Avelar (PP) como candidato, arriscando começar o mandato com uma derrota e instabilidade.
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A reunião aconteceu ontem à noite, após convocação do deputado estadual Lídio Lopes (sem partido), marido de Adriane. Ela não participou porque estava com uma indisposição.
Com o candidato escolhido, o grupo terá que furar o bloco montado pelos agora adversários, Papy (PSDB), para presidente, e Carlão (PSB), primeiro secretário, que alegam terem o compromisso de 23 vereadores, contra seis da bancada do PP e Avante.
Hoje, a chapa apoiada por Adriane não teria nem como se inscrever, já que são necessários no mínimo cinco integrantes para o registro. A expectativa é de que Beto seja beneficiado pela força da máquina, que tem espaço para oferecer aos vereadores, o que poderia mudar a palavra dada pelos vereadores eleitos.
Ontem, no mesmo tempo que Lídio reunia seu grupo, ainda rachado por não ter escolhido quem seria o candidato, Carlão e Papy reuniam 18 dos 23 vereadores que estariam fechados com a chapa.
Papy e Carlão tentaram consenso com o PP, mas não abriram mão dos cargos principais de presidente e vice. Da mesma forma, o PP não abriu mão de ter um dos dois cargos mais importantes na mão, já que tem prefeitura e a segunda maior bancada.
Hoje, segundo palavra dada pelos próprios vereadores, Papy e Carlão teriam apoio dos quatro vereadores do PSDB; três do PL; três do União; três do PT; dois do Republicanos; dois do Podemos; dois do MDB; um do PSD e um do PDT. Já Beto teria os votos de três vereadores do PP e dois do Avante, chegando a seis.
Governabilidade
A decisão tardia pode trazer problemas para a prefeita na construção de uma base na Câmara. Na busca de entendimento, Carlão e Papy falaram o tempo todo em governabilidade. Agora, não se sabe o quanto o Poder Executivo estará empenhado e o que fará para reverter os votos.
Na legislatura que passou, com o controle de Carlão, Adriane teve pouco problema em votações na Câmara, com oposição quase inexistente, de Luiza Ribeiro (PT) e Professor André Luís (Novo). Agora, com a possibilidade de um racha entre dois grupos, a possibilidade de instabilidade é grande.
Uma vitória ou até derrota da prefeita, dependendo da intensidade, pode deixar marcas. O último prefeito a perder a presidência foi Alcides Bernal (PP), com Rose Modesto (PSDB), que foi derrotada para Mário César (MDB). Depois, o resultado é conhecido, como processante e cassação de mandato.