O número de crianças e adolescentes acolhidos em abrigos no estado do Rio de Janeiro caiu mais de 60% entre maio de 2008 e junho deste ano, de acordo com o 29º Censo da População Infantojuvenil, divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Ministério Público do Estado. Na primeira edição do levantamento, eram 3.732 acolhidos e nesta última, 1.455.
O estudo mostra que de março a junho de 2020 a queda no acolhimento de crianças e adolescentes no estado passou de 50%, mas, conforme explicou o promotor de Justiça Rodrigo Medina, que coordena o censo, os números coletados em junho de 2022 estão voltando a subir.
Ele destaca que a negligência dos pais ou responsáveis é o principal motivo para o acolhimento de crianças e adolescentes. Depois, vem o abandono e, em seguida, os abusos físicos ou psicológicos.
O promotor chama atenção para o fato de que 748 crianças e adolescentes acolhidos não recebem qualquer tipo de visita e 461 estão na faixa da primeira infância, de zero a seis anos.
O 29º Censo aponta, ainda, que houve uma queda significativa na definição da situação jurídica de crianças e adolescentes acolhidos. No primeiro censo, 81% não tinham definição da situação jurídica e agora são 36%.
Dos 1.455 que estavam acolhidos em junho deste ano, 4,73% não foram adotados e cresceram em abrigos.