Governo começa a fechar cerco quanto a lavagem de dinheiro e evasão fiscal?

A informação sobre o monitoramento das transações financeiras acima de R$ 5 mil do Pix de pessoas físicas e R$ 15 mil das empresas, tem gerado polêmica e ganhou uma avalanche de narrativas sobre o tema nas redes sociais quanto a possíveis taxações no futuro.

Governo começa a fechar cerco quanto a lavagem de dinheiro e evasão fiscal?

A informação sobre o monitoramento das transações financeiras acima de R$ 5 mil do Pix de pessoas físicas e R$ 15 mil das empresas, tem gerado polêmica e ganhou uma avalanche de narrativas sobre o tema nas redes sociais quanto a possíveis taxações no futuro. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (09) que não é esse o objetivo. Nos dias atuais, realizar qualquer pagamento com 'dinheiro vivo' levanta suspeita sobre a origem do recurso. A menos que as cédulas fiquem escondidas em cofres ou outros locais fora dos bancos, as operações financeiras realizadas em espécie acima de R$ 50 mil já precisam ser informadas pelas instituições financeiras ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Se a taxação do Pix vai ocorrer no futuro, mesmo com o governo afirmando que não, isso não dá para cravar. Mas que as observações sobre as transações bancárias precisam ser mais efetivas para evitar lavagem de dinheiro e evasão fiscal, isso é fato. Se a pessoa ou empresa tem como comprovar a origem do recurso não há o que temer. O cruzamento de informações precisaria avançar ainda mais com a interligação entre todas as instituições, sem mesmo a necessidade de se fazer a declaração do Imposto de Renda. Hoje, tudo está digitalizado. Se alguém compra uma casa, a informação já está no sistema dos cartórios, um carro, a mesma forma. Então essa interligação de dados precisa avançar ainda mais nesse sentido para evitar que o crime organizado e corruptos se beneficiem de brechas.

Aumentar a transparência e facilitar a fiscalização contra a sonegação de impostos é um dever que o governo tem. Inclusive sobre as próprias ações em processos licitatórios e governança das estatais nas mais diferentes esferas. Com a tecnologia atual, não há motivos para as pessoas se arriscarem e andar com dinheiro em espécie. Mas no país do "jeitinho", aqueles que reclamam da corrupção e falta de limpidez das ações governamentais, muitas vezes são os mesmos que quando vendem algo dizem não aceitar cartões, Pix ou qualquer outro meio virtual, somente em espécie com o claro objetivo de sonegar.