Manifestantes bolivianos encerraram a greve geral e reabriram a fronteira com o Brasil em Corumbá no sábado (26), desde então o movimento de veículos e caminhões de carga é intenso no local. Para reduzir a fila de espera, a Receita Federal decidiu ampliar o horário de atendimento todos os dias.
De acordo com o site Diário Corumbaense, a média de veículos que passaram pela fronteira nos últimos quatro dias foi de 279, número superior aos 180 veículos que normalmente cruzam a fronteira da Bolívia em Corumbá por dia.
Ainda assim, é grande o congestionamento dos dois lados da fronteira. Em reunião com os representantes do Porto Seco, da Aduana Boliviana e dos transportadores, a Receita Federal decidiu ampliar em uma hora o atendimento nas liberações do Porto Seco.
Prejuízo para os dois países
Também decidiu que haverá expediente integral no sábado. Estimativa da Receita Federal é de que em 36 dias de fronteira fechada devido à greve, o prejuízo para exportadores brasileiros foi de R$ 1.012 bilhão.
Ainda conforme o Diário Corumbaense, neste período os exportadores bolivianos deixaram de faturar R$ 112 milhões.
Desde a segunda-feira (28), saíram 618 veículos carregados com destino à Bolívia e ingressaram no Brasil, 219 veículos com carga.
Manifestantes pedem antecipação do Censo
Os conflitos fazem parte de atos classificados como "medidas extremas" para pressionar o governo de Luis Arce a realizar o Censo Demográfico em 2023 e não em 2024.
O Censo disponibilizaria novos dados populacionais "em tempo hábil", sendo possível novo pacto fiscal antes do próximo período eleitoral. Porém, o presidente Luis Arce já ratificou que o levantamento será em 2024.
De acordo com lideranças do Paro Cívico, o levantamento precisa ser realizado o quanto antes, pois o Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos são os mais prejudicados, já que o último foi realizado em 2012 e de lá para cá muita coisa mudou.