Dengue tipo 3 se concentra na divisa de MS com SP e acende alerta para casos graves
Mato Grosso do Sul tem 44 casos confirmados do tipo mais grave da doença em 2025
Depois de 15 anos a dengue tipo 3 voltou a circular no Brasil, acendendo alerta para uma provável epidemia da doença e agravamento de quadros confirmados. Monitoramento do Ministério da Saúde mostra que os casos confirmados do tipo 3 da dengue se concentram na região oeste de São Paulo e na divisa com Mato Grosso do Sul.
Desde o ano passado, autoridades alertam para a ocorrência de casos de dengue tipo 3, pois como está há anos sem circulação, grande parte da população não adquiriu imunidade.
Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), são 44 casos confirmados de dengue tipo 3 em Mato Grosso do Sul este ano, 20 a mais do que uma semana atrás.
Em todo o país, já são 226,4 mil casos prováveis de dengue e 100,5 mil casos confirmados. O Brasil soma 61 mortes por dengue em 2025 e a situação do Acre, São Paulo e Mato Grosso são as mais preocupantes.
Mato Grosso do Sul tem 1,6 mil casos prováveis da doença, 554 casos confirmados, uma morte confirmada e dois óbitos em investigação.
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Especialistas alertam para a dengue tipo 3
Os casos de dengue tipo 3 começaram a ser confirmados no Brasil no último trimestre de 2024 e o Brasil pode, sim, ter uma epidemia da doença em 2025.
Mas o avanço do tipo três da dengue depende da velocidade de contaminação de fêmeas do Aedes aegipty.
O Secretário Adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio explicou ao Jornal Midiamax, que estudos mostram que leva entre seis meses e um ano para que uma quantidade grande de fêmeas sejam contaminadas com a doença e gere uma epidemia.
Assim, o avanço do tipo 3 depende de quando os primeiros casos foram confirmados em 2024. E, segundo ele, Mato Grosso do Sul vai sim sentir os impactos devido à proximidade com São Paulo, onde estão a maioria dos casos confirmados e há grande movimentação de pessoas.
A circulação da dengue tipo 3 após muitos anos pode contribuir para aumento dos casos graves e até sequelas por dengue.
Além disso, especialista alerta que com a volta da circulação do sorotipo 3, é provável uma explosão de casos esse ano.
Coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa explicou que o perigo não é especificamente o tipo 3, mas a alternância de prevalência de circulação desse sorotipo que pode levar à gravidade dos casos.
"Quando temos o 1° episódio de dengue (tipo 1 ou 2), se fica imune somente contra aquele sorotipo. O perigo é que numa segunda ou terceira infecção, o quadro clínico pode ser muito mais grave e numa 4ª infecção são mais comuns sequelas da dengue e complicações a longo prazo", disse o especialista.
Dengue em MS
Das duas mortes em investigação em Mato Grosso do Sul, uma é em Campo Grande. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o caso está em análise pelas autoridades de saúde, e a confirmação depende dos protocolos de investigação epidemiológica, incluindo exames laboratoriais e outros critérios clínicos.
A primeira vítima era uma idosa, de 76 anos, residente de Inocência, distante 330 km de Campo Grande.
O boletim revela que o início dos sintomas ocorreu no dia 11 de janeiro, mas o óbito foi confirmado já no dia 16, por dengue tipo 2. A vítima não tinha nenhuma comorbidade relatada.