Sesau realiza campanha de conscientização para o combate às doenças hematológicas
O mês de fevereiro marca a campanha Fevereiro Laranja, uma ação de conscientização voltada para informar a população sobre doenças hematológicas, como leucemia, linfomas, talassemias e outras.
O mês de fevereiro marca a campanha Fevereiro Laranja, uma ação de conscientização voltada para informar a população sobre doenças hematológicas, como leucemia, linfomas, talassemias e outras. A Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) chama a atenção da sociedade para a importância desse tema.
O objetivo principal da campanha Fevereiro Laranja é destacar a importância do diagnóstico precoce, incentivar a doação de sangue e medula óssea e promover a solidariedade e a esperança no tratamento e cura dessas doenças.
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, ressalta que o Fevereiro Laranja tem sido fundamental para aumentar a conscientização sobre as doenças hematológicas e estimular atitudes de solidariedade, como a doação de sangue e medula óssea.
"Prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para salvar vidas. A nossa cidade tem orgulho de apoiar essa causa com campanhas que informam sobre os pontos de coleta de medula, por exemplo. Convido todos a se unirem nesta jornada, compartilhando conhecimento e praticando gestos de esperança. Com a união de todos, podemos fazer a diferença e ajudar aqueles que mais precisam. A solidariedade salva-vidas, e cada pequeno gesto pode transformar o futuro de alguém", afirma.
O que são as doenças hematológicas?
As doenças hematológicas afetam o sistema sanguíneo e a medula óssea, que são responsáveis pela produção de células vitais, como os glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas. Essas condições podem ser genéticas ou adquiridas ao longo da vida e incluem leucemias, anemias graves, linfomas e hemofilias.
A leucemia, por exemplo, é um tipo de câncer que afeta a produção de glóbulos brancos, células essenciais para a defesa do corpo. A doença pode acometer tanto crianças quanto adultos, e seus sintomas incluem cansaço extremo, infecções recorrentes, perda de peso e sangramentos fáceis. Detectá-la precocemente pode ser crucial para um tratamento bem-sucedido.
Quais são os sintomas da leucemia?
Os sintomas da leucemia podem variar conforme o tipo e estágio da doença, mas geralmente incluem:
Fadiga constante e fraqueza generalizada: O cansaço extremo pode dificultar a realização das atividades diárias.
Infecções frequentes: Com o sistema imunológico comprometido, o paciente pode sofrer com infecções recorrentes e de difícil tratamento.
Perda de peso e falta de apetite: A perda inexplicada de peso pode indicar que a leucemia está afetando as funções do corpo.
Facilidade para sangramentos e hematomas: A medula óssea afetada pode comprometer a produção de plaquetas, resultando em sangramentos mais frequentes.
Dor nos ossos ou articulações: O acúmulo de células leucêmicas na medula óssea pode causar desconforto ou dor nas regiões afetadas.
A médica da regulação da SESAU, Larissa Missirian, explica que, conforme os sintomas, o paciente pode procurar uma unidade básica de saúde. Ali, será atendido pelo médico que, se necessário, fará o encaminhamento para a oncologia clínica. O tempo de espera para a consulta geralmente é de duas a três semanas.
"Se o paciente precisar de atendimento urgente, ele pode ser atendido em uma unidade de saúde 24h, como a UPA ou CRS. Nesses casos, os exames laboratoriais podem ser feitos e, havendo suspeita, o paciente será encaminhado às nossas unidades terciárias de referência, que são os hospitais. Feito o diagnóstico, o paciente então inicia o tratamento. Se necessário, é contrarregulado à outra instituição dentro ou fora do Estado.", explica a médica.
Se o paciente já tem um diagnóstico prévio, ele pode ser direcionado diretamente para o Hospital de Câncer. "Caso contrário, o encaminhamento para o hospital será feito somente após a confirmação do diagnóstico", afirma Larissa.
Outras doenças hematológicas:
Anemia aplásica
A anemia aplásica é uma condição rara e grave em que a medula óssea não consegue produzir células sanguíneas suficientes, o que resulta em uma deficiência de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Os sintomas incluem cansaço extremo, infecções frequentes e sangramentos fáceis.
A causa pode ser genética ou adquirida por exposição a substâncias químicas tóxicas, radiação ou certos medicamentos. O tratamento pode incluir transfusões de sangue, medicamentos imunossupressores e, em casos mais graves, transplante de medula óssea.
Linfomas
Os linfomas são cânceres que afetam os linfócitos, células do sistema imunológico. Eles podem ser divididos em dois tipos principais:
Linfoma de Hodgkin: Caracteriza-se pela presença de células anormais chamadas Reed-Sternberg, que se multiplicam de forma descontrolada.
Linfoma não-Hodgkin: Engloba diferentes tipos de linfoma que afetam diversos linfócitos, com comportamentos distintos. Alguns são agressivos e crescem rapidamente, enquanto outros têm um desenvolvimento mais lento.
Talassemias
As talassemias são doenças hereditárias que prejudicam a produção de hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio. Os portadores podem apresentar anemia grave, cansaço extremo e dificuldades respiratórias.
O tratamento geralmente envolve transfusões de sangue regulares e, em alguns casos, terapias para remover o excesso de ferro no corpo, um efeito colateral das transfusões.
Doação de Medula Óssea
Outro ponto fundamental da campanha Fevereiro Laranja é a doação de medula óssea, que pode salvar vidas. Para isso, basta realizar um cadastro no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) nos Hemocentros e fazer um exame simples de tipagem sanguínea.
Em Campo Grande, a doação pode ser feita no Hemosul Coordenador, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 1.304 – Centro, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e nos sábados, das 7h às 12h (exceto nos 1° e 3° sábados do mês, quando funciona das 7h às 17h).
Outros locais para doação são o Hemosul HRMS, na Rua Engenheiro Luthero Lopes, 36 – Aero Rancho, de segunda a sexta, das 7h às 12h, e o Hemosul Santa Casa, na Rua Rui Barbosa, 3.633 – Centro, de segunda a sexta, das 7h às 12h.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é necessário ir até o Hemocentro mais próximo, fazer o cadastro no Redome, mantido pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), e fornecer uma amostra de sangue (10 ml) para o exame de tipagem HLA.
Requisitos para se tornar um doador:
Ter entre 18 e 35 anos e 9 meses de idade (o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar doações até essa idade);
Apresentar documento de identificação oficial com foto;
Estar em bom estado de saúde geral;
Não ter nenhuma condição de saúde que impeça o cadastro e a doação de medula óssea.
O Fevereiro Laranja não é apenas uma campanha de conscientização, mas um chamado à ação. Fique atento aos sinais do seu corpo, realize exames periódicos e, caso apresente algum sintoma, procure uma das 74 Unidades de Saúde da Família (USFs).