A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal prevê rombo de R$ 71 bilhões nas contas públicas. A projeção é preocupante, pois traz um aumento do déficit primário em relação ao ano passado (R$ 43 bilhões). Mesmo que não houvesse crescimento do déficit primário, a situação já seria temerária. Para se ter uma ideia, para estabilizar a dívida pública, seria necessário um superávit de 2% do PIB.
No entanto, desde 2014, com exceção de 2022, apresentamos resultados negativos sucessivamente nas contas públicas, mesmo excluindo as despesas com juros. Para piorar, o governo não dá nenhuma sinalização que irá enfrentar a questão. Pelo contrário, a aproximação do ano eleitoral tende a ter o efeito oposto: mais gastos, com a consequente elevação da dívida pública.
Porém, o patamar da dívida pública começa a se tornar perigoso (próximo de 80% do PIB), com risco real de calote. Se isso acontecer, a população brasileira pagará com inflação elevada, e forte queda da renda e desemprego. Está na hora de o governo levar a sério as projeções da Instituição Fiscal Independente. Enquanto é tempo.