Apesar do escândalo sobre o dinheiro em espécie encontrado em sua casa, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, não tem intenção “de renunciar, ou de se afastar” – disse seu porta-voz, Vincent Magwenya, neste sábado, 3. Ramaphosa decidiu “não renunciar por causa de um relatório equivocado e tampouco se afastará” da linha de frente política, reforçou seu porta-voz. A figura do presidente sul-africano se encontra em xeque desde a publicação, na última quarta-feira, 30, de um relatório parlamentar. O documento revelou que, durante um assalto a uma de suas propriedades, foram encontrados maços de notas escondidos em um sofá, no total de US$ 508.000. “Pelo interesse e durabilidade, no longo prazo, da nossa democracia constitucional, para além da Presidência de Ramaphosa, deve-se questionar um relatório tão pouco rigoroso, sobretudo se for usado para destituir um chefe de Estado em exercício”, completou. O escândalo começou em junho, quando um ex-diretor dos serviços de Inteligência, próximo aos críticos de Ramaphosa em seu próprio partido, moveu uma ação contra o presidente por ter ocultado o assalto. Ramaphosa sempre negou o ocorrido e, até o momento, a denúncia não deu origem a uma acusação. O presidente poderá ser alvo de um processo de impeachment. O Parlamento se reúne na próxima terça-feira, 6, para votar sobre a ativação, ou não, desse processo. Vários membros influentes do Congresso Nacional Africano (CNA, partido do governo) já se posicionaram a favor do presidente.
*Com informações da AFP