“Em um momento da minha vida eu me senti muito sozinha.Quando a gente está passando por problemas de saúde mental, é um caminho muito solitário”, contou Ludmilla. “E quando a gente acha informações que nos conseguem transformar e nos erguer, a gente entra num estágio de gratidão tão profundo e isso fez com quem eu quisesse dividir essa mensagem com as pessoas para que talvez aquilo que me ajudou um dia possa ajudar a outras pessoas também.”
O filme contou com a participação especial de Fernanda Souza, a narração de Ludmilla em primeira pessoa e entrevistas com neurocientistas, terapeutas, consteladoras e psiquiatras. A jornada é contada em capítulos e apresenta relatos íntimos da diretora. Apesar disso, os temas como ansiedade, autoconhecimento e outras condições geram identificação com o público.
“Quero que todo mundo se beneficie disso”, comenta Ludmila sobre o propósito do documentário.
Engana-se quem pensar que se trata de um documentário em busca de respostas, mas das perguntas certas à procura de autoconhecimento: “Estamos em constante descobertas, porque as respostas estão dentro de nós mesmos.”
Ela também fala sobre ser uma mulher à frente das câmeras, do roteiro e até mesmo de parte da edição.
“Temos que nos provas três vezes mais do que os homens, crescemos com a responsabilidade de nos destacarmos. É um peso genético e cultural que estoura no nosso emocional.”
“Eu” também foi a estreia de Anitta no audiovisual e um aprendizado para ela, que produziu e ajudou a divulgar o documentário. A cantora conta que, durante um tratamento com a xamã, se tornou outra pessoa. Conhecida por centralizar inúmeras funções em seus trabalhos, ela comenta que aprendeu a delegar mais e se colocar em primeiro lugar.
“No Latin Grammy tinha tudo para dar errado. Eu liguei para a [xamã] Max Tovar no dia e ela falou "calma, não vamos entrar nessa energia". E hoje em dia está tudo bem, eu sei que tudo acontece para o meu bem”, relembra a cantora.
As mudanças em seu comportamento chamaram a atenção de sua família. Antes resistente a qualquer tipo de terapia, eles se interessaram pelas terapias utilizadas por Anitta e decidiram experimentar também.
Parceria Anitta e Ludmilla Dayer
Ainda no evento, Ludmila relembrou sua história com Anitta e como aconteceu a parceria. Logo após o diagnóstico de esclerose múltipla da diretora, a cantora também se descobriu com a mesma doença.
A conexão uniu ainda mais uma amizade de anos, que começou nos Estados Unidos. A artista, então, virou uma “guru” durante as gravações.
“Sou amiga da Anitta há muitos anos, nos conhecemos em Los Angeles quando ela estava começando a carreira internacional. Eu nunca a vi como esse personagem, u brincava que via sua criança interior.”
*Por GShow