A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro no Brasil, deve representar uma transição da fase de negociação para esforços efetivos de governança global no enfrentamento às mudanças climáticas. Foi o que declarou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, durante reunião informal na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta quarta-feira (5).
Segundo o embaixador, o Brasil espera que o evento possa fornecer um impulso para acelerar a implementação do Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025. O tratado mais importante firmado sobre o aquecimento global busca evitar a piora dos impactos climáticos ao limitar o aumento da temperatura a 1,5°C.
Na terça (4), em entrevista a ONU News, o embaixador André Corrêa do Lago destacou que a defesa do multilateralismo e do diálogo é fundamental para implementar as medidas do Acordo de Paris.
"A dimensão científica já foi suficientemente absorvida, mas como avançar, como transformar esses documentos que são assinados todos os anos em realidades que tenham um impacto sobre o funcionamento dos países e sobre a vida das pessoas também", questionou.
O desafio de ampliar o financiamento climático de US$ 300 bilhões anuais para US$ 1,3 trilhão até 2035, conforme acordado na COP29, precisa passar por um redirecionamento de prioridades, segundo o embaixador.
"Não temos ainda uma fórmula que permita assegurar que serão conseguidos esses recursos, mas não há a menor dúvida de que existem os recursos no mundo e a questão é que eles estão geralmente dirigidos para investimentos que não tomam em consideração o impacto da mudança do clima", afirmou.
Os principais temas da COP incluem a redução de emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas e a preservação de florestas e da biodiversidade. A COP30 ocorrerá entre 10 e 21 de novembro deste ano em Belém (PA).