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Pela primeira vez Trump sobe o tom com a Rússia

A posição nada ortodoxa adotada pela nova administração norte-americana em relação ao desfecho da guerra na Ucrânia, ocasionou inúmeras críticas da sociedade civil norte-americana, a imprensa do país e os principais aliados europeus.


A posição nada ortodoxa adotada pela nova administração norte-americana em relação ao desfecho da guerra na Ucrânia, ocasionou inúmeras críticas da sociedade civil norte-americana, a imprensa do país e os principais aliados europeus. A quebra tão clara da conduta histórica adotada pelos Estados Unidos, fez com que questionamentos surgissem acerca das reais intenções de Donald Trump com tal aproximação aos russos.

A nova doutrina geopolítica defendida pelo republicano, parece ter como claro objetivo manter o continente americano sob a esfera de influência dos Estados Unidos, enquanto a Europa, poderia facilmente recair sob as vontades do Kremlin. Essa posição contraditória, teve sua maior exposição durante a discussão no Salão Oval, protagonizada pelo presidente norte-americano, seu vice-presidente e o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky.

As repercussões no continente europeu foram dramáticas, ocasionando uma série de reuniões emergenciais em Londres, Paris e Bruxelas, buscando reverter o atual cenário. Mesmo com a decisão de ingressar em uma jornada rumo ao rearmamento continental, o caminho instável e tortuoso até a sonhada paz, eleva as preocupações dos líderes europeus. As relações claramente abaladas entre os dois lados do Atlântico, fazem com que a cobrança sobre o futuro da Ucrânia recaia nos colos de novas lideranças com menos dinheiro em caixa, e mais preocupações sobre as possibilidades de uma guerra generalizada contra a Rússia.

Em meio às críticas e indefinições de um problema complexo, Donald Trump, anunciou a possibilidade de sancionar a Rússia e aplicar tarifas duras ao país enquanto a paz não for alcançada no Leste europeu. A mudança de tom repentina, fez com que mais uma vez, múltiplas teorias aparecessem sobre a real intenção de um movimento inesperado.

Indubitavelmente, Donald Trump é um exímio negociador, já que toda sua fortuna construída no mercado imobiliário e em diversos outros setores, foi baseada na sua capacidade de conseguir o melhor negócio para seu próprio benefício. Apesar de muitas de suas táticas de negociação serem questionáveis por seu compasso moral, seu objetivo de alcançar um acordo mais vantajoso é quase sempre bem-sucedido. Muitas pessoas, inclusive os maiores especialistas na forma como Trump governou e governa, acreditam que essa nova manobra, seja apenas uma etapa de sua complexa tática de negociação para ter o triunfo da resolução da guerra, e um grande lucro geoestratégico e financeiro para os Estados Unidos.

Provavelmente na próxima semana, o acordo de exploração minerais de terras-raras na Ucrânia seja assinado entre ucranianos e norte-americanos, dando acesso aos Estados unidos, a centenas de bilhões de dólares em recursos minerais que serão cada vez mais importantes na economia global.

Considerando, que a Rússia controla e controlará pelo menos 20% do próspero solo ucraniano, ameaçá-los com sanções pode significar um maior poder de barganha, quando no futuro, russos e norte-americanos de fato controlarem, a mais pobre nação do Leste europeu. Muitas incógnitas serão reveladas nos próximos dias, mas conhecendo a maneira como atua o magnata de Nova York, muitas de suas falas enfáticas, são apenas alguns movimentos previamente pensados no vasto tabuleiro de xadrez da geopolítica mundial.

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