A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul afastou o professor de Biologia condenado por estuprar uma aluna da instituição, crime cometido há nove anos. O processo administrativo arquivado na época foi então reinstaurado.
Em nota, a UFMS informa que a reitora Camila Ítavo, mediante sentença proferida pela Justiça Estadual, determinou o afastamento preventivo do professor lotado no Instituto de Biociências e constituiu Comissão de PAD (Processo Administrativo Disciplinar) para a apuração de responsabilidade do servidor, sob supervisão da Corregedoria da Universidade.
Ainda conforme a UFMS, a decisão se baseia no parecer da Procuradoria Federal da UFMS, desta quarta-feira (12), e revisa o ato administrativo de agosto de 2016 que havia definido pela não apuração dos fatos pela UFMS à época.
Estupro em festa acadêmica
"Foi muito sofrido, mas estou aliviada porque existe Justiça". Esse é o desabado da agora ex-acadêmica da UFMS que foi estuprada pelo seu próprio professor e orientador durante festa em uma república.
A aluna, na época com 22 anos, estava dormindo em um dos quartos da república quando foi abusada pelo professor. Durante a festa, a aluna ingeriu bebidas alcoólicas e começou a passar mal.
Nisto, amigas que já tinham percebido um comportamento estranho do professor, que durante a confraternização passava as mãos pelo corpo da vítima, visivelmente embriagada, foram ao socorro da jovem, a levando para um dos quartos da casa para que ela pudesse descansar.
No entanto, o professor foi atrás e, ao perceber que a acadêmica estava no cômodo sozinha, entrou e trancou a porta. Uma das amigas percebeu a ausência do professor e foi atrás da amiga no quarto, quando viu que a porta estava trancada.
Ela chamou as amigas, que começaram a bater. O professor saiu em seguida. Quando entraram no quarto, a jovem estava chorando desorientada e sem as roupas íntimas. As amigas deram banho na vítima e perguntaram se lembrava do que havia ocorrido, e ela dizia que não.
"Eu não queria acreditar no que havia ocorrido comigo", disse a mulher, que hoje está com 31 anos. Ao Midiamax, ela contou que após tanta exposição, já nem acreditava mais que seria feita Justiça.
"Depois de tantos anos a Justiça chegou". Ela contou ainda que na época pensou em desistir de processar o autor do crime, mas que teve apoio de outros professores e amigos.