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Último adeus à Estrelinha: menina assassinada é enterrada em Campo Grande

Por Midia NAS em 13/12/2022 às 13:53:25

Amigos e familiares se despediram da menina de 11 anos, brutalmente estuprada e assassinada. O velório e o enterro da criança aconteceram nesta manhã de terça-feira (13), dois dias após o crime acontecer no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande.

Conhecida carinhosamente como "Estrelinha", a menina é lembrada como alegre e sorridente por todos que a cercavam. Sonhadora e estudiosa, a criança não comentava sobre os problemas familiares que enfrentava em casa.

Apesar da pouca idade, Estrela precisava revezar a vida entre ser "" dos irmãos mais novos e brincar como qualquer outra criança de sua idade. Segundo os vizinhos da vítima, a menor acabou levando carinhosamente o apelido, fazendo referência ao que ela mais adorava fazer: virar estrelinha pelas ruas do bairro que morava.

A equipe do Midiamax conversou com várias pessoas que conviveram com a menina. Chamada também de "Anjo Sorridente", a pequena Estrela encantava quem se aproximava.

Aos sábados, o passatempo preferido da menina era ir a uma igreja do bairro, onde aprendia ensinamentos bíblicos. Por não ter outra opção, a garota levava os irmãos menores. Na última aula, como fazia todas as semanas, Estrela compareceu e por sempre ser carinhosa, ainda teria presenteado uma pastora com uma flor.

"Era uma criança muito alegre e sorridente. A mãe dela não cuidava dos filhos e a menina os levava para o estudo. Era muito querida e sempre disposta a ajudar apesar da pouca idade. Na última aula que ela participou ainda presentou a pastora com uma flor. A gente não imaginava que seria uma despedida. Foi uma garota que sofreu demais com problemas familiares, mas mesmo assim não deixava de ser uma criança feliz e esforçada", lamentou uma frequentadora da igreja da vítima.

Exames confirmaram estupro

Perícia inicial confirma que a menina de 11 anos foi estuprada. O autor teria matado a criança para acobertar o estupro de vulnerável, sendo preso nesta segunda-feira (12). Conforme os delegados Roberto Morgado e Gustavo Henrique Barros, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a Perícia confirmou que houve estupro. A menina de 11 anos estava gravemente ferida em todo o corpo.

Também segundo as autoridades policiais, foi comprovado que a menina morreu após sofrer traumatismo craniano. O homem teria batido várias vezes com a cabeça da criança no chão, conforme apurado inicialmente na perícia.

Frequentava e conhecia a casa da vítima

Após a prisão em flagrante, o homem confessou o crime informalmente e também no interrogatório. Ele contou que foi até a casa porque marcou um programa sexual com a mãe da menina.

No entanto, a mulher não estava, já que foi até um bar e deixou os filhos sozinhos na casa. Por isso, a porta da frente estava fechada.

Como o homem conhecia a residência, já que teria feito programas com a mulher pelo menos 6 vezes, foi até a porta dos fundos. Essa porta ficava apenas encostada, então ele entrou na residência.

No depoimento, alegou que a menina se assustou e começou a gritar, por isso a agrediu com um soco e a vítima teria caído e batido com a cabeça.

Porém, para os delegados, ele teria se aproveitado da vulnerabilidade da menina, a estuprado e a assassinado para acobertar o estupro. Os delegados não acreditam que a vítima tenha se assustado com a presença do autor, já que ele foi visto outras vezes na casa.

Irmão presenciou o crime

Segundo os delegados, o menino de três anos presenciou todo o crime. Ele foi ouvido no setor psicossocial da DEPCA e, em depoimento, confirmou o que viu.

Apesar da idade, o menino conseguiu gesticular e demonstrar o que presenciou na casa. Ele e os outros irmãos eram cuidados pela menina de 11 anos, já que costumavam ser deixados sozinhos pela mãe.

Já os outros irmãos da vítima estavam dormindo e não teriam visto o ocorrido. Pela situação de abandono, a mulher foi presa em flagrante pela equipe de plantão da (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

O autor do crime já tem passagens por violência doméstica e também condenação. No interrogatório, ele teria esboçado algum arrependimento e alegado não saber o que aconteceu.

Ele responderá por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, para ocultar ou garantir impunidade de outro crime – que seria o estupro de vulnerável – e também pelo estupro de vulnerável.

Ainda conforme os delegados, as outras crianças não tinham sinais de violência, mas o caso segue em investigação. A casa era frequentada por usuários de drogas e também pelos clientes da mãe das crianças.

A princípio não há informação de que a menina era prostituída pela mãe, mas o fato também é apurado.

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