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Primeiro dia de greve dos aeronautas gera mais de cem atrasos e 30 cancelamentos em voos pelo Brasil

Por Midia NAS em 19/12/2022 às 19:36:35

Apesar de durar apenas duas horas, entre 6h e 8h, a greve dos pilotos de aviação e comissários de bordo gerou transtornos em diversos aeroportos brasileiros nesta segunda-feira, 19. Segundo informações da Infraero, foram registrados 82 atrasos e 19 cancelamentos de voos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e 21 atrasos e 13 cancelamentos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, informou que 21 voos operaram com atraso e nenhum foi cancelado. A Jovem Pan entrou em contato com as administradoras dos outros aeroportos onde a paralisação foi realizada (Viracopos, Galeão, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza), mas não obteve retorno até a publicação deste matéria. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), ainda não há uma previsão de encerramento da greve. Os profissionais mobilizados pedem mais transparência nas escalas de voo, com redução do tempo de espera em um aeroporto para no máximo de três horas, e valorização profissional, com recomposição salarial e ganho acima da inflação. No final da semana passada, o Tribunal Superior do Trabalho determinou a manutenção de 90% dos profissionais do segmento durante a greve, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia caso a decisão não seja cumprida. O sindicato afirmou que iria acatar a decisão, mantendo a greve dentro da lei. Em entrevista à Jovem Pan News, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, afirmou que o primeiro dia de greve foi bem sucedido.

“Tivemos atrasos em algumas operações. Conforme nós tínhamos noticiado, esse vai ser o normal até que haja uma nova negociação. Nós passamos dois meses e meio em negociação com as empresas. Nós tivemos duas propostas que foram recusadas. Tivemos uma proposta no final de semana, mediada pelo TRT, que também foi reprovada pela categoria, porque não atende a necessidade dos tripulantes, seja por uma questão econômica, que se espera uma recomposição inflacionária, afinal de contas a categoria vem perdendo nos últimos três anos. O que os passageiros têm acompanhado é o preço dos passagens extremamente alto, o querosene sendo subsidiado pelo governo, mas nenhum repasse sendo feito pelas empresas. Além disso, nós temos um caráter social. Os tripulantes vivem por escalas de voo e horários de folga, e esses não são definidos nas escalas atualmente. Quando são definidos, eles têm as escalas alteradas, e isso prejudica muito a operação. Ninguém quer ter um tripulante cansado e mal remunerado pilotando, comissariando, um voo seu”, explicou Hacklaender.

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