Após a Câmara dos Deputados aprovar em votação simbólica o salário de R$ 46,3 mil aos parlamentares, os deputados federais Dr. Luiz Ovando e Tereza Cristina, ambos do PP, votaram contra a PEC da Transição, que garante o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família aos mais pobres a partir de 2023. Seis parlamentares de Mato Grosso do Sul ajudaram a aprovar a proposta em primeiro turno na sessão desta terça-feira (20).
A Câmara aprovou a Proposta de Emenda à Constituição com previsão de estourar o teto dos gastos públicos em R$ 145 bilhões, mas reduziu o período de dois para um ano. Após ser aprovada em segundo turno, nesta quarta-feira (21), o projeto deverá ser votado novamente pelo Senado.
A PEC da Transição, considerada estratégica pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para cumprir a promessa de campanha, foi aprovada por 338 votos a favor e 168 contra. Votaram a favor os sul-mato-grossenses Beto Pereira e Dagoberto Nogueira, do PSDB, Fábio Trad (PSD), Loester Trutis (PL), Rose Modesto (União Brasil) e Vander Loubet (PT).
Bolsonarista convicto, Dr. Ovando vem criticando a PEC, que classifica como "gastança". No entanto, o deputado não se manifestou contra o aumento de 37% no próprio salário, que vai passar dos atuais R$ 33.763 para R$ 46,3 mil até o final de 2024.
Tereza Cristina se elegeu senadora, mas também não demonstrou sensibilidade com os mais pobres. Caso da PEC não fosse aprovada, o Governo federal não teria margem no orçamento para manter o pagamento do benefício. Pela proposta enviada ao Congresso por Jair Bolsonaro (PL), o valor voltaria a ser de R$ 405 a partir de janeiro.
No Senado, a proposta foi aprovada pelos três senadores: Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
O Jacaré