O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira, 21, que continuará a desenvolver o potencial militar do país, incluindo a “preparação de combate” de suas forças nucleares, no contexto da ofensiva contra a Ucrânia e da crise com o Ocidente. “As Forças Armadas e as capacidades de combate de nossas Forças Armadas aumentam constantemente a cada dia. E vamos desenvolver esse processo, é claro”, disse Putin durante uma reunião com os principais comandantes do exército. “Continuaremos a manter e melhorar a preparação de combate da nossa tríade nuclear”, acrescentou. Essa tríade consiste em mísseis lançados de silos terrestres, de submarinos de navegação e de aeronaves aéreas. O presidente russo também destacou o novo míssil de cruzeiro hipersônico Zircon, que as tropas russas poderão começar a usar já no início do ano. “No início de janeiro, a fragata ‘Almirante Gorshkov’ será equipada com o novo míssil Zircon, que não tem equivalente no mundo”, disse Putin.
O conflito, iniciado há 10 meses, é uma “tragédia compartilhada”, nos termos do presidente, mas pela qual a Rússia não é responsável. “O que acontece é, claro, uma tragédia. Uma tragédia compartilhada. Mas não é o resultado da nossa política, é o resultado da política de terceiros países”, afirmou. O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que as tropas russas lutam na Ucrânia contra as “forças conjuntas do Ocidente”. Neste contexto, é “necessário” aumentar o efetivo do seu exército para 1,5 milhão de soldados e aumentar o limite de idade para o serviço militar, disse o responsável. Ele também anunciou que Moscou planeja estabelecer bases navais para apoiar sua frota em Mariupol e Berdiansk, duas cidades no Mar de Azov que a Rússia ocupa no sul da Ucrânia. “Os portos de Berdyansk e Mariupol estão totalmente operacionais. Planejamos estabelecer bases lá para navios de apoio, serviços de resgate de emergência e unidades de reparo naval”, afirmou.
*Com informações da AFP