Este levantamento sobre os empréstimos foi coordenada pelo Tesouro Nacional, supervisionada pela Secap (Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas, Planejamento, Energia e Loteria) do Ministério da Economia, com participação da CGU (Controladoria-Geral da União).
Os resultados sugerem que os subsídios associados às operações de crédito não estão relacionados com um aumento na taxa de investimento das firmas, mas com mudanças sobre a sua estrutura de capital no longo prazo.
De acordo com as estimativas calculadas, a disponibilidade de subsídios faz com que a empresa aumente a maturidade do seu passivo de longo prazo. Por outro lado, as mesmas análises mostraram que a oferta de empréstimos do BNDES, independentemente dos subsídios atrelados, está correlacionada com um aumento nos níveis de investimento.
No entanto, o impacto da concessão de empréstimos pelo BNDES sobre os investimentos realizados é relativamente pequeno.
“Considerando que o volume de empréstimos do BNDES correspondeu a aproximadamente 4,42% do total de ativos das empresas beneficiadas e o volume de subsídios oferecidos correspondeu a aproximadamente 1,51% do total de ativos das empresas beneficiadas, a mediana das estimativas de efeito sugere que cada R$ 1,00 em desembolsos e subsídios nas operações de crédito esteve correlacionado com incrementos de investimentos de aproximadamente R$ 0,146”, aponta o estudo.
Para os autores, os resultados destacados no estudo são considerados positivo, mas destacam que o efeito foi pouco eficaz.
Do ponto de vista da avaliação custo-benefício, o documento aponta que o exercício realizado pela Secretaria do Tesouro Nacional indica que a concessão de empréstimos pelo BNDES no período gerou pouco retorno em termos de incremento de investimentos.
Por sua vez, a concessão de subsídios não parece ter gerado retorno significativo para aumento do investimento, mas esteve associada a modificações na estrutura de capital das empresas beneficiadas, com alongamento de prazo de seu passivo.
Por fim, o conclui que a atuação do Banco interferiu substancialmente, e de maneira negativa, sobre a alocação do capital produtivo, comprometendo o crescimento potencial da economia, entre outros desdobramentos.
O CNN Brasil Business entrou em contato com o BNDES, mas até a publicação da matéria não obteve resposta.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Empréstimos do BNDES estão mal dimensionados desde 2011, diz relatório no site CNN Brasil.