Convidada por Lula para assumir a pasta, que será recriada pela próxima gestão, Tebet aceitou e pode ser anunciada oficialmente a qualquer momento. O nome de Landau logo começou a ser especulado como possível candidata à Secretaria Executiva do ministério, a número 2 da pasta.
Em rápida conversa com a reportagem do Metrópoles, a economista afirmou que não foi convidada e sequer cogita a possibilidade de integrar o governo. "Eu já declarei que não vou. Nem se cogitou isso", disse.
Depois de coordenar a área econômica na campanha de Tebet à Presidência da República, Elena Landau declarou publicamente seu voto em Lula no segundo turno da eleição, contra Jair Bolsonaro (PL).
Na época, ela se juntou a outros economistas de peso ligados ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que apoiaram Lula contra Bolsonaro – como Armínio Fraga, Pedro Malan, André Lara Resende, Persio Arida e Edmar Bacha. Os dois últimos são considerados "pais do Plano Real".
Landau foi diretora da área responsável pelo Programa Nacional de Desestatização, uma das bandeiras dos governos de FHC (1995-2002). Assim como Tebet, ela tem um perfil liberal na economia, defende as privatizações e é favorável ao teto de gastos – posições distintas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de Lula.
Em novembro, a economista afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, aprovada pelo Congresso para liberar espaço no Orçamento para o futuro governo gastar fora do teto, lançaria o país "em um precipício".
Questionada sobre a indicação de Tebet para assumir o Planejamento, Elena Landau elogiou a senadora, que classificou como "um ótimo nome" para a pasta. "O governo Lula só tem a ganhar com a participação dela", finalizou.
A escolha de Simone Tebet para o Ministério do Planejamento, em geral, foi bem recebida pelo mercado financeiro. A grande preocupação, no entanto, é se a pasta terá força suficiente para servir como contraponto a Haddad na Fazenda. Segundo analistas ouvidos pelo Metrópoles, a tendência é que Tebet tenha dificuldades para fazer frente ao colega de Esplanada nas principais questões econômicas.