"No Censo de 1980, tínhamos um Maranhão a menos", afirmou Azeredo, em entrevista coletiva online, para comentar a divulgação dos dados prévios do Censo 2022, entregues nesta quarta-feira, 28, ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O diretor de Pesquisas do IBGE listou uma série de motivos para haver a diferença entre o dado censitário e as estimativas, que atualizam a informação de cada Censo com modelos de crescimento populacional. Um deles é a existência de eventuais problemas nos censos anteriores.
Outro motivo é a falta da contagem populacional de 2015. Pelo calendário tradicional do IBGE, a mais completa pesquisa populacional do País é realizada a cada dez anos, com uma Contagem Populacional, mais simples, no meio do período, mas a atualização prevista para 2015 não foi feita, por causa de restrições orçamentárias.
"Temos que entender que estamos há 12 anos do Censo (anterior, de 2010), sem a contagem", afirmou Azeredo, completando com mais um motivo para a população medida com base na prévia do Censo 2022 ficar abaixo da estimativa de 2021: "Os dois anos de pandemia fazem diferença".
Apesar dos atrasos, o diretor do IBGE reafirmou a confiança na qualidade dos dados entregues ao TCU. Segundo Azeredo, o trabalho de coleta das informações em campo, com visita aos domicílios, seguirá em janeiro, em parte para garantir a qualidade. Os dados coletados serão checados e confirmados, usando tecnologias que não havia no Censo 2010, como dados de geolocalização dos dispositivos móveis usados pelos recenseadores para preencher os formulários com as informações.
"Se não fosse o avanço tecnológico, não estaríamos aqui (comentando os dados prévios)", afirmou Azeredo.
O diretor lembrou que, com o fato de os dispositivos móveis terem conexão com a internet, raros foram os casos em que os dados não foram transmitidos para a base do IBGE logo após as visitas aos domicílios.
O fato de o período de coleta das informações ter se estendido também será compensado pela confirmação e checagem das informações. O ideal é que as informações coletadas nas visitas domiciliares ocorram no menor período o possível para garantir que os dados se refiram ao mesmo período. De acordo com Azeredo, esse problema será minorado também pelo fato de que a maior parte dos domicílios do País foi visitada dentro do prazo inicialmente estipulado.
"Estamos deixando para janeiro um número muito pequeno", afirmou Azeredo.