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Sonda da Nasa atinge asteroide para tentar mudar sua trajetória

Por Midia NAS em 27/09/2022 às 06:57:28

A pioneira missão de defesa planetária da Nasa foi lançada em 24 de novembro do ano passado, a um custo de US$ 324 milhões.

Durante sua aproximação final, nas últimas quatro horas antes de colidir com o asteroide Dimorfo, a espaçonave se conduziu de forma automática, guiada pelas imagens da câmera Draco, o único instrumento embarcado.

O Dimorfo é um asteroide-lua com cerca de 160 metros de diâmetro que orbita outro asteroide maior, o Dídimo, de 780 metros. O conjunto gira ao redor do Sol num percurso que se aproxima bastante dos trajetos que Terra e Marte fazem em suas órbitas solares.

Embora seja classificado como um "asteroide potencialmente perigoso" em razão dessa proximidade ocasional, Dídimo não tem um encontro marcado com nosso planeta por pelo menos alguns séculos, o que dá conforto à Nasa em escolhê-lo como alvo do teste.

A estratégia de deflexão adotada na missão é conhecida como "impacto cinético". Resume-se em colidir contra o objeto e, com isso, alterar sutilmente sua velocidade orbital.

O impacto ocorreu como previsto, a 21.600 km/h, acompanhado "ao vivo" (na verdade um atraso de cerca de 50 segundos, para contemplar captura, processamento e transmissão da imagem ao longo dos pouco mais de 11 milhões de km que separam a Terra do asteroide no momento) com transmissão de imagens pela própria sonda até seu beijo fatal na superfície do objeto.

O grau de alteração da órbita do asteroide, contudo, ainda precisará de dias e semanas para ser medido. Isso porque é um trabalho para os astrônomos em solo. Usando telescópios na Terra e no espaço, eles medirão o período orbital do Dimorfo. Antes da colisão, ele completava uma volta em torno do Dídimo a cada 11h55 min. Depois, a expectativa é que esse período tenha aumentado (como consequência da alteração de velocidade imposta pelo impacto), mas é algo que ainda precisará ser medido.

Acompanhando a Dart em seu voo havia um pequeno satélite desenvolvido pela Agência Espacial Italiana, o LICIACube. Ele registrou o que pode bem ter sido o momento do impacto com o asteroide, mas essas imagens são transmitidas para a Terra a um ritmo bem mais lento (em razão da comunicação limitada pela capacidade da antena da pequena espaçonave) e não estiveram imediatamente disponíveis.

Diversos telescópios espaciais também foram apontados para o astro durante o impacto. Dentre eles, os famosos Hubble e James Webb, além da sonda Lucy. Assim, os astrônomos esperam ter um quadro bastante completo do que aconteceu por lá na colisão, em termos de quantidade de poeira erguida e magnitude do efeito obtido pelo teste.

Detalhes da transformação da superfície do asteroide, contudo, terão de esperar a missão europeia Hera, que será lançada em 2024 para revisitar o astro e ver o tamanho do estrago deixado por essa valente tentativa de testar uma estratégia que pode vir a ser crucial para a defesa do planeta.

Pela primeira vez em 4,5 bilhões de anos, a Terra tem essa capacidade que os dinossauros bem gostariam de ter tido à disposição. Eles foram extintos há 65,5 milhões de anos pelo impacto de um bólido celeste de cerca de 10 km de diâmetro contra o nosso planeta.

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