Ex-procuradores-gerais da República cobram punição de envolvidos nos ataques em Brasília

• Aras pede a STJ investigação contra Ibaneis Rocha, governador afastado do DF

• “Forças Armadas e Múcio fizeram tudo com o máximo de lealdade e sinceridade”, diz Flávio Dino

• “Indivíduo com visto, mas sem serviço, deve sair do país”, diz governo dos EUA

“Na expressão mais lídima do Estado Democrático de Direito, que tais fatos sejam investigados e processados, civil, criminal e administrativamente, e que sejam responsabilizados seus autores, quer no plano da execução das condutas, quer no plano do financiamento à dita execução, quer no plano dos mandantes que, por ação ou omissão, estimularam a execução dessas condutas”, afirmam os ex-chefes do Ministério Público.

O documento se soma à série de manifestações em defesa da punição não só dos vândalos detidos em flagrante, ainda no domingo, quanto dos agentes públicos que tenham se omitido diante dos atos terroristas e dos financiadores dos grupos.

Além disso, subprocuradores-gerais da República, ainda no domingo, se posicionaram por uma atuação firme do atual chefe do MP, Augusto Aras, na investigação e denúncia dos envolvidos.

Leia a íntegra do manifesto dos seis ex-procuradores-gerais da República:

“MANIFESTO À SOCIEDADE BRASILEIRA

Nós, que exercemos o cargo de Procurador-Geral da República e, por imperativo constitucional, nos comprometemos com a defesa da Democracia, assim nos manifestamos:

O binômio educação-saúde foi esfacelado no quadriênio governamental recém findo.

A formação de sociedade humanista foi menosprezada ante a estupidez armamentista, o isolamento mundial, a mais completa ausência de ideias e condutas sólidas e bem estruturadas em adequada fundamentação, objetivando a proteção do clima e do meio ambiente e a promoção integral da pessoa humana no amplo acesso de todas e de todos, brasileiras e brasileiros, aos bens culturais e materiais.

Os fatos, ontem consumados, fielmente retratam o que se vem de afirmar.

Gravíssimos porque atacam, contundentemente, a Democracia.

Na expressão mais lídima do Estado Democrático de Direito, que tais fatos sejam investigados e processados, civil, criminal e administrativamente, e que sejam responsabilizados seus autores, quer no plano da execução das condutas, quer no plano do financiamento à dita execução, quer no plano dos mandantes que, por ação ou omissão, estimularam a execução dessas condutas.

Brasília, 9 de janeiro de 2023.

Raquel Elias Ferreira Dodge
Antônio Fernando Barros e Silva de Souza
Claudio Lemos Fonteles
José Paulo Sepulveda Pertence
Roberto Monteiro Gurgel
Rodrigo Janot Monteiro de Barros”

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-procuradores-gerais da República cobram punição de envolvidos nos ataques em Brasília no site CNN Brasil.