Em meio à paralisação dos trabalhadores do transporte público, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que aguarda relatório que avalia o que seria percentual aceitável de reajuste da tarifa. O Consórcio Guaicurus, empresa que administra a frota de ônibus da cidade, pede aumento da passagem de R$ 4,40 para R$ 8.
"O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o poder executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes", informou o Município por meio de nota.
No texto, a Prefeitura pontuou as últimas aplicações de recursos no transporte na cidade, por exemplo, convênio com o Governo do Estado, que passou a subsidiar o serviço desde o ano passado. Também, repasse de verbas federais para que o Consórcio custeasse gratuidades para idosos entre janeiro e outubro de 2022, com valores a repassar mensalmente para cobrir o benefício.
"Também com a clareza de que é preciso manter o equilíbrio e não aumentar de forma acentuada o valor da tarifa, foi aprovado na Câmara Municipal a isenção de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) para o consórcio", listou.
A Prefeitura informou ainda que, no próximo dia 24, vai se reunir com o Conselho de Regulação "para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo".
Negociação de reajuste
Há cerca de um mês, os motoristas estão em diálogo com a empresa detentora do transporte público de Campo Grande. Eles pedem reajuste de 16%, mas empresários ofereceram 6,4%.
Desde 22 de dezembro, motoristas alertam sobre a paralisação. Então, neste dia o Consórcio afirmou que a formalização de acordo de reajuste salarial com os trabalhadores passa pela definição da prefeitura a respeito do reajuste tarifário.
Em reunião da empresa com a categoria no dia 27 de dezembro, foi proposto aos motoristas um reajuste de 6,4%, mas o sindicato rejeitou inicialmente a proposta. Um novo encontro foi marcado para o dia 29 de dezembro, mas adiado após pedido do Consórcio.
Justiça não aceitou pedido do Consórcio Guaicurus
Em decisão na tarde desta terça-feira (17), a Justiça do Trabalho negou pedido do Consórcio Guaicurus que tentava impedir a paralisação dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande.
O advogado do Consórcio Guaicurus, Felipe Barbosa, informou à reportagem que o juiz plantonista negou o pedido em carácter de urgência.
"Nosso pedido de liminar foi indeferido, o juiz destacou no despacho dele que ainda não apresenta riscos. E disse que se houver a paralisação, vai reavaliar o pedido e notificar o sindicato", relatou.